“É forte demais”, diz mãe de bebê “morto” duas vezes
O recém-nascido foi dado como morto, encontrado se mexendo no necrotério e novamente internado. Ele morreu “de novo” no dia seguinte
atualizado
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Gabriela Moraes Schoenacher, 30 anos, e o marido, Moisés Sant’Anna, 34, perderam o filho Theo, de apenas 48 dias. E o sofrimento dos pais foi em dobro. O bebê foi declarado morto pelo Hospital Unimed em Foz do Iguaçu (PR). O atestado de óbito declarava que o menino tinha morrido por broncoaspiração, às 16h30 do último domingo (12/01/2020). À dor dessa perda devastadora, somou-se outra: o agente funerário responsável por recolher o corpo encontrou a criança se mexendo, cinco horas depois, no necrotério do hospital.
“Sofrer essa dor imensa duas vezes é forte demais”, afirmou Gabriela em entrevista à revista Crescer.
Segundo a mãe, Theo não tinha problemas, nasceu perfeito, cresceu bem no primeiro mês, mas não ganhou muito peso. “Por orientação do pediatra, estávamos entrando com complementação. Era apenas para ele recuperar o peso que não ganhou. No sábado [11/01/2020] à noite e no domingo [12/01/2020] de manhã, ao tomar a fórmula, ele vomitou e apresentou desconforto”, relatou Gabriela.
A criança deu entrada no hospital às 13h de domingo. Os médicos receitaram um remédio para vômito e soro para hidratar. “Enquanto tomava o soro, ele parou de respirar no meu colo. Tentaram reanimá-lo por 40 minutos, mas ele não resistiu e, às 16h30 foi declarado o óbito.”
Ainda de acordo com Gabriela, o agente funerário que foi buscá-lo viu que o bebê ainda vivo. “Foi ele que entrou em contato com a minha avó, que me ligou. O agente encontrou ele se mexendo, enrolado em um pano”, disse. Theo chegou a ser levado novamente à UTI, mas declarado morto – pela segunda vez – no dia seguinte.
O agente funerário alegou que um segurança já havia visto movimento duas horas antes e avisado um enfermeiro. Este, por sua vez, disse que seria um espasmo, reação à adrenalina tomada durante a reanimação. “Estamos sem acreditar. Theo era nosso primeiro filho. Eu já havia perdido um bebê em uma gravidez ectópica no ano passado”, disse Gabriela.
“Tem muita gente achando que foi um milagre, não mau atendimento. Eu quero justiça contra a instituição, para que ninguém mais passe por isso. Sofrer essa dor imensa duas vezes é forte demais”, finalizou.