Durante evento em SP, Bolsonaro mantém “cola” na mão usada no JN
Presidente participou da cerimônia de abertura do Congresso Aço Brasil 2022, em São Paulo e manteve anotações na palma da mão esquerda
atualizado
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São Paulo – No dia seguinte à sabatina no Jornal Nacional, o presidente Jair Bolsonaro (PL) ainda tinha na palma da mão esquerda a “cola” escrita a caneta.
As anotações puderam ser vistas na manhã desta terça-feira (23/8), durante cerimônia de abertura do Congresso Aço Brasil 2022, no Hotel Unique, em São Paulo.
As palavras “Nicarágua”, “Argentina”, “Colômbia”, três países com governo de esquerda, e Dario Messer. Este último, conhecido como o “doleiro dos doleiros” e condenado a 13 anos de prisão, afirmou ao Ministério Público do Rio de Janeiro que fazia repasses à família Marinho, dona da Rede Globo. A informação foi publicada pela revista Veja em 2020.
Apesar disso, em 40 minutos de sabatina nenhum destes assuntos foi mencionado pelo presidente e candidato à reeleição. Na última eleição, em 2018, Bolsonaro foi ao programa com as palavras “Deus”, “família” e “Brasil” escritas na mão.
Inquisição da Globo
Nesta terça, diante de empresários, Bolsonaro defendeu em seu discurso a redução de normas regulamentadoras e menor poder aos fiscais. “Não pode abusar da fiscalização. O homem do campo não pode temer o fiscal. É como ontem na inquisição da Globo”, disse o candidato sobre sua entrevista ao Jornal Nacional.
Bolsonaro foi acompanhado de Tarcísio de Freitas, candidato do Republicanos ao governo de São Paulo. O ex-ministro da Infraestrutura do Brasil tem acompanhado o presidente em eventos oficiais e de campanha no estado paulista.
“Infraudável”
Durante seu discurso no evento, o chefe do Executivo ironizou mais uma vez as urnas eletrônicas: “Só tem uma coisa que é infraudável no Brasil, pessoal sabe o que é”, disse.
Bolsonaro, que tem dado uma trégua nas acusações ao sistema eleitoral do país, afirmou na noite de segunda-feira (22/8), durante sabatina no Jornal Nacional, que respeitaria o resultado das eleições, “desde que sejam limpas e transparentes”.
Na ocasião, disse ainda que colocaria um “ponto final” no assunto: “Fique tranquilo, Bonner, teremos eleições, o ministro Alexandre de Moraes acabou de assumir. Ele amanhã tem encontro com o ministro da Defesa para tratar sobre esse assunto. Ele vai conversar e chegar a bom-termo. Precisei provocar para que chegasse a esse ponto. Pode ter certeza que teremos eleições limpas e transparentes”, concluiu.
Sem provas, o presidente coloca em dúvidas a confiabilidade do sistema eleitoral sistematicamente. A situação levou a sociedade civil a fazer manifestos em prol da democracia, que foi apoiado por parte do setor empresarial.