Duque de Caxias: “Impecável”, diz prefeito após confusão para vacinar
Prefeitura da cidade fluminense liberou vacinação para quem tinha mais de 60 anos. Público-alvo era de 100 mil, mas só havia 6.100 doses
atualizado
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Rio de Janeiro – Um trabalho “impecável”, com “eficiência total”. Foi assim que o prefeito de Duque de Caxias, Washington Reis (MDB), classificou as cenas de tumulto, filas e aglomeração na manhã desta sexta-feira (5/3), durante o processo de vacinação no município da Baixada Fluminense, o que causou frustração e revolta na população. “Todos que receberam as senhas foram vacinados. Mais de sete mil pessoas. A ação de Caxias foi impecável. Tivemos uma eficiência total”, afirmou Reis.
O prefeito de Duque de Caxias, terceiro maior município do estado do Rio, decidiu ampliar a faixa etária do público-alvo de vacinação contra Covid-19, passando do limite de 80 anos para a partir de 60 anos. A cidade tem uma população estimada de 86 mil habitantes nessa faixa etária, segundo o último Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Mas, de acordo com o prefeito, são mais de 100 mil pessoas e a prefeitura só disponibilizou 6.100 doses para imunização.
Na conta do prefeito, apenas 7% do grupo conseguiu ser imunizado. Isso sem contar com o fato de a prefeitura de Duque de Caxias ter dispensado a exigência de comprovante de residência para a imunização, o que atraiu pessoas de outras cidades e acabou gerando, além de aglomeração, quilômetros de filas de carros desde a madrugada – durante a manhã, o engarrafamento para acessar a cidade pela Rodovia Washington Luiz provocou congestionamentos até a zona norte do Rio.
Desafio ao MP
Reis desafiou determinação do Ministério Público (MP) do Rio que, na quinta-feira, recomendara que a vacinação na cidade da Baixada tivesse como público-alvo pessoas acima de 80 anos. Caxias decidiu vacinar pessoas acima de 60 anos. O MP deu um prazo de 48 horas para o município se posicionar.
“Para mim, pouco importa (a orientação). Eu não posso ouvir opinião de especialista ou não posso ouvir a orientação do MP, jamais. Um governante da cidade de um milhão de habitantes jamais poderá ser orientado por uma promotora que nunca governou uma cidade. Fui eleito, quem é ela para dizer o que tenho que fazer com a cidade?”, disse o emedebista em um posto de vacinação no distrito de Xerém, supostamente em referência à promotora Carla Carrubba.
“Eu não posso receber orientação de quem tem não experiência. O Ministério Público tem quem cumprir o seu papel. Eu tenho experiência. Fui eleito, reeleito e sei o que estou fazendo. O povo concorda com que estou fazendo (…)”, acrescentou ele.