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Duas acusadas de executar travesti são presas em Manaus

Carolina Andrade e Lohanny Castro foram presas na segunda-feira (17/7) após assaltarem cliente. Elas guardaram o dinheiro da vítima no ânus

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Mulher loira fazendo bico
1 de 1 Mulher loira fazendo bico - Foto: Reprodução/Facebook

Duas travestis envolvidas no assassinato de Ágatha Lios (foto em destaque), 23 anos, foram presas pela Polícia Civil do Amazonas em Manaus, para onde fugiram após executar a vítima. Esfaqueada dezenas de vezes na tarde de 26 de janeiro deste ano, Ágatha perdeu a vida tentando escapar da brutalidade de suas algozes. O crime ocorreu em Taguatinga Sul, dentro de uma central de distribuição dos Correios, próximo ao local onde ela costumava fazer ponto. O caso foi revelado com exclusividade pelo Metrópoles.

Daniel Ferreira Gonçalves e Dayvison Pinto Castro, conhecidas, respectivamente, como Carolina Andrade e Lohanny Castro, foram presas na segunda-feira (17/7) após assaltarem um homem em Manaus. De acordo com informações da Polícia Civil do Estado, as duas travestis roubaram o cliente na Rua das Missões, no bairro Colônia Terra Nova, zona norte da cidade.

Segundo informações que constam no Boletim de Ocorrência, a dupla agiu com violência e levou R$ 500, um óculos, um relógio, um cordão e o celular do homem após uma discussão devido a um programa sexual. O dinheiro estava escondido nos ânus das suspeitas.

O delegado titular do 18º Distrito Integrado de Polícia (DIP), Jone Clei, afirmou que a vítima teria confundido a dupla com mulheres. Na delegacia, as duas travestis disseram que o homem tinha feito programa e não quis pagar o encontro sexual com elas. A pedido da Polícia Civil da capital, a Justiça vai decidir se as acusadas serão trazidas para o DF.

 

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Assassinato nos Correios
A Delegacia Especial de Repressão aos Crimes por Discriminação Racial, Religiosa ou por Orientação Sexual ou Contra a Pessoa Idosa ou com Deficiência (Decrin) da Polícia Civil do DF investiga o assassinato de Ágatha. Os policiais conseguiram identificar que quatro travestis invadiram os Correios e esfaquearam a vítima até a morte. Todas tiveram mandados de prisão expedidos pela Justiça e são consideradas foragidas.

Ainda permanecem soltas Samira (Francisco Delton Lopes Castro) e Bruna Alencar (Greyson Laudelino Pessoa). As duas são acusadas de armar uma emboscada e matar a vítima.

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Chamada de Bruna Alencar, a travesti também ajudou na execução da vítima
Lohanny fugiu após assassinar Ágatha com dezenas de facadas
Samira também participou do assassinato e carregava um facão quando deixou o local do crime
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Carol Andrade é uma das travestis que invadiram os Correios para matar Ágatha

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Chamada de Bruna Alencar, a travesti também ajudou na execução da vítima

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Lohanny fugiu após assassinar Ágatha com dezenas de facadas

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Samira também participou do assassinato e carregava um facão quando deixou o local do crime

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“Donos” da rua
Ágatha era considerada uma ameaça para outras travestis porque chamava atenção dos clientes por sua beleza. Além disso, a vítima teria se recusado a abandonar o DF e permanecia fazendo programas sexuais na região de Taguatinga Sul, incomodando a concorrência.

Como se não bastasse, a vítima teria ameaçado uma de suas algozes poucos dias antes. Segundo as investigações, o desentendimento ocorreu com Lohanny, após a travesti assaltar um motorista de Uber. A discussão, por meio do WhatsApp, terminou com ameaças. Lohanny enviou mensagem afirmando que seu marido mataria Ágatha. O companheiro seria Bruna, outra travesti envolvida no homicídio.

O assassinato investigado pela Decrin acabou revelando a briga por pontos de prostituição que existe nas ruas do Setor de Indústrias de Taguatinga Sul. As vias são comandadas por cafetões que cobram uma espécie de pedágio de quem quer se prostituir no local. Por dia, cada travesti desembolsa entre R$ 50 e R$ 100 para ocupar um ponto. Caso se recuse, pode sofrer retaliações de todo o tipo, desde assaltos, passando por espancamentos, até assassinatos.

O Metrópoles percorreu todas as ruas da região por onde Ágatha se prostituía. Mesmo cinco meses após o crime, o clima entre travestis e garotas de programa permanece tenso. Poucas profissionais do sexo aceitam falar abertamente sobre o caso. Uma delas, que resolveu quebrar o silêncio, contou à reportagem que conhecia a travesti assassinada e confirmou que é preciso pagar para fazer programas no local.

“Realmente ela era uma travesti muito bonita e chamava atenção. Acabava atraindo os clientes mais ricos. Ela também pagava para fazer o ponto. A Ágatha morreu por ter atiçado a inveja de outras travestis e por não querer abandonar o ponto que ocupava”, disse.

 

Código de conduta
No decorrer da investigação, os policiais descobriram que existe uma espécie de código de conduta violento entre as travestis. Para serem respeitadas, elas precisam ter esfaqueado alguém, cometido pelo menos um assalto e participado de uma sessão de espancamento. Nem todas pactuam com as regras e acabam se indispondo com outras. Foi o caso de Ágatha, que repreendeu uma de suas assassinas após o assalto a um motorista de Uber.

De acordo com a chefe da Decrin, delegada Gláucia Cristina da Silva, a inveja foi o principal motivo do ataque de fúria das travestis contra Ágatha. O crime, inclusive, teria sido premeditado. “Elas utilizaram um veículo do Uber para ir até ao local onde a vítima estava. Quando percebeu que seria atacada, ela fugiu para dentro da central de distribuição dos Correios, mas não conseguiu escapar. Estamos procurando as quatro autoras para cumprir os mandados de prisão”, explicou.

Testemunhas ouvidas na delegacia afirmaram à polícia que, após o assassinato, as travestis ainda pegaram todos os pertences que Ágatha mantinha na república onde morava. Foram levadas roupas, perfumes e a bolsa que ela deixou na rua após começar a fugir das assassinas.

Morte anunciada
Os depoimentos de carteiros e outros funcionários dos Correios foram essenciais para detalhar o ódio e os requintes de crueldade do assassinato. Um dos servidores contou ter visto a vítima encurralada entre os carrinhos usados para transportar material. Ele tentou se aproximar, mas foi atingido com um golpe de faca na perna por uma das autoras. O carteiro chegou a ouvir uma das travestis dizer: “Eu te avisei que te matava e falei pra não mexer com minhas filhas”.

Outro servidor relatou ter visto a vítima gritar de forma desesperada por ajuda enquanto corria e era perseguida pelas quatro travestis — duas estavam armadas com facões e outras duas seguravam facas do tipo peixeira. Uma das acusadas decretou: “Não adianta correr, não, hoje você morre”. A testemunha tentou ainda segurar a mão de uma das assassinas de forma a impedir que ela golpeasse a vítima, mas não conseguiu conter os ataques.

 

A vítima

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A travesti costumava fazer ponto em Taguatinga Sul, local onde foi assassinada
A morte da travesti acabou revelando um grande esquema de prostituição no DF
Ágatha costumava viajar por todo o Brasil atrás de novos clientes
A polícia conseguiu identificar as cinco envolvidas no assassinato
A travesti era natural de Porto Velho (RO) e teria vindo para o DF para ganhar dinheiro com programas sexuais
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Ágatha foi morta em 26 de janeiro de 2017 por um grupo de quatro travestis — a quinta envolvida é acusada de emprestar a arma do crime

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A travesti costumava fazer ponto em Taguatinga Sul, local onde foi assassinada

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A morte da travesti acabou revelando um grande esquema de prostituição no DF

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Ágatha costumava viajar por todo o Brasil atrás de novos clientes

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A polícia conseguiu identificar as cinco envolvidas no assassinato

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A travesti era natural de Porto Velho (RO) e teria vindo para o DF para ganhar dinheiro com programas sexuais

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Antes de morrer, Ágatha teria suplicado por sua vida

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Os policiais identificaram que Ágatha tinha se desentendido com outra travesti, o que teria motivado sua morte

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Outras tavestis tinham inveja da beleza de Ágatha e resolveram matá-la

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