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Drones viram fiscais de aglomeração em cidades do interior

Capivari e Santo André, em São Paulo, são exemplos de municípios que aderiram à tecnologia para monitorar deslocamentos da população

atualizado

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Prefeitura de Capivari
Secretário de Segurança Pública de Capivari Mauro Júnior exibe drone
1 de 1 Secretário de Segurança Pública de Capivari Mauro Júnior exibe drone - Foto: Prefeitura de Capivari

São Paulo – A cidade de Capivari, a 133 km de São Paulo, iniciou em 11 de junho operação policial fora do comum para dispersar aglomerações. Com o uso de drone, a gestão municipal apostou na tecnologia a fim de evitar o alastramento da Covid-19, que já deixou 135 mortos no município.

A iniciativa partiu do secretário de Segurança Pública local, Mauro Júnior, que é investigador da Polícia Civil. A cidade desembolsou R$ 25 mil para a compra de um kit que inclui aparelho, hélice e baterias extras.

No primeiro dia de atividades, o que parecia ser um misterioso espectro no céu noturno era, na verdade, um drone que filmava cerca de 50 pessoas concentradas na Praça Rodrigues de Abreu, em desrespeito ao distanciamento social.

Inicialmente sem ser notado, o objeto aéreo sobrevoava o local após o início do toque de recolher, às 21h, e emitia a seguinte mensagem sonora: “Por favor, deixe a praça imediatamente. Cumpra o decreto do toque de recolher”.

Ao Metrópoles, Mauro Júnior afirma que a população que insistia em descumprir a lei acatou bem a ordem vinda dos céus, muito provavelmente por presenciar a surpresa. “Temos mais uma ferramenta à disposição, e por tempo indeterminado”, assinala o secretário.

Veja:

Tecnologia que complementa

Desde o início da pandemia, o objeto voador surgiu como alternativa na luta contra o coronavírus em diversas cidades pelo mundo. No caso de Capivari, a prefeitura também permite que seja operado em ações de combate ao crime, fiscalizações de trânsito e monitoramento de áreas de risco.

Na prática, o drone funciona como complemento às abordagens de segurança pela Guarda Civil Municipal (GCM). O instrumento registra imagens e vídeos e transmite mensagens a quem fura a quarentena. Já os guardas civis circulam em viaturas para concluir a operação e, em caso de resistência, conduzir os infratores à delegacia.

O aparelho tem autonomia de voo de 31 minutos – com as duas baterias extras, o alcance chega a 1h30. Pode ser usado em um raio de até 8 km, ideal para cobrir o centro da cidade, a 120 metros do chão. De acordo com regulamento da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), órgãos de Segurança Pública e polícia têm permissão para realizar esse serviço sem que seja necessário observar o limite de 30 metros horizontais de distância de pessoas não anuentes.

Num primeiro momento da operação, quem controla o drone é o próprio secretário Mauro. Mas oito guardas municipais passam por um treinamento intensivo e poderão utilizar o equipamento nas próximas semanas. Um dos oficiais que estão à frente da formação é o comandante da Guarda Civil de Capivari, Valdinei Moreira da Silva.

Para o oficial, o manejo do drone diminuiu a proliferação do vírus ao evitar a aproximação física. “Estamos vivendo uma situação complexa de exposição ao coronavírus. Com o distanciamento social, fazemos o nosso papel sem nos arriscarmos”, acredita Silva.

Além dos fins de semana, o equipamento está disponível para uso após o recebimento de denúncias de aglomerações em ruas, bares e restaurantes e chácaras que realizam festas clandestinas. Os contraventores podem receber multa que varia de R$ 5 mil a R$ 28 mil, conforme decreto municipal.

As imagens aéreas, segundo Valdinei da Silva, ajudam a localizar estabelecimentos que promovem aglomeração com as portas fechadas. Mauro Júnior garante que o drone já identificou o dono de um bar.

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Drone é alternativa para interromper aglomerações na pandemia
Município investiu R$ 25 mil na compra do equipamento
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O comandante da GCM, Valdinei Moreira, e o secretário de Segurança Pública de Capivari, Mauro Júnior

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Município investiu R$ 25 mil na compra do equipamento

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Drone evita confronto

Já na cidade de Santo André, no ABC Paulista, a prefeitura optou, no início da pandemia, pela adoção do drone para entrar em áreas de difícil acesso, como ruas estreitas. A logística é aplicada pelo Serviço Municipal de Saneamento (Semasa), em parceria com a GCM e a Polícia Militar.

O equipamento é manipulado na Operação Comércio Responsável, que, desde outubro de 2020, realizou 47 interdições e aplicou 84 multas. O superintendente da Semasa, Gilvan Júnior, relata que o aparelho sobe até os céus para averiguar infrações ao menos uma vez por mês.

Em ação realizada no fim de março, agentes do estado interromperam pela primeira vez uma festa clandestina com 80 pessoas às margens da represa Billings.

“O drone nos mostra quem são as pessoas e qual é o melhor acesso para adentrar o local e punir os responsáveis. A nossa intenção é acabar com aglomerações sem a necessidade de haver confronto”, explica.

Outra cidade que recentemente adotou a tecnologia com a mesma finalidade foi Bragança Paulista, no interior de São Paulo. O Rio de Janeiro chegou a fazer testes no começo da pandemia, em abril de 2020, para transmitir alertas sobre a importância de ficar em casa. Curiosos que passavam pela rua, no entanto, se aglomeraram para ver a novidade.

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