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Dr. Jairinho é indiciado por torturar filha de ex-namorada

Vereador está preso desde o último dia 8, acusado de envolvimento na morte do menino Henry Borel Medeiros, de 4 anos

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Jairinho, padrasto de Henry Borel Medeiros, ao ser preso no dia 8 de abril
1 de 1 Jairinho, padrasto de Henry Borel Medeiros, ao ser preso no dia 8 de abril - Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

Rio de Janeiro – O delegado Adriano Marcelo Firmo França, titular da Delegacia da Criança e Adolescente Vítima (DCAV), indiciou o médico e vereador Jairo Souza Santos Júnior, o Dr. Jairinho (sem partido), pelo crime de tortura contra a filha de Natasha de Oliveira Machado, ex-namorada do político carioca. Hoje, a menina tem 13 anos.

“Os inquéritos da DCAV são sigilosos, uma vez que envolve crianças ou adolescentes. Alguns detalhes são impedidos, legalmente, de serem passados”, explicou o delegado Felipe Curi, subsecretário Operacional da Polícia Civil, em entrevista coletiva, na Cidade da Polícia, zona norte do Rio, na tarde desta sexta-feira (30/4).

“Os casos surgiram no bojo da grande investigação sobre morte do menino Henry Borel (enteado de Jairinho). Na época dos fatos, por medo, alguns casos não foram denunciados. Agora, com coragem, houve denúncia e foram investigados pelo delegado Adriano França. Não tem a ver com o caso Henry, mas veio por meio dele”, contou Curi.

“O caso Henry não tem a ver com o do esta criança. A mãe desta criança não foi investigada, não houve abuso sexual e não está na conduta de omissão. Foi tortura majorada, por ser contra criança”, disse o delegado Adriano França. “Esta criança vivia com a avó, por questões familiares. Quando a menina começou a externar pânico ao ver o carro de Jairinho, ânsia de vômito, aguardando nas pernas da avó. Laços foram interrompidos nesse momento. A avó percebeu os sinais”.

Padrão

Para o delegado Adriano França, o vereador carioca tinha um “padrão” ao praticar agressões contra os menores.

“Jairinho agredia crianças da mesma faixa etária. As lesões provocadas eram semelhantes e o modus operandi era igual. Eram afogamentos, socos, chutes, torções no braço, lançamento do corpo contra superfície (bater com a cabeça da criança na parede) que fizeram parte do agir dele”, contou o delegado. “Da mesma forma que era violento, era carinhoso em festas e em eventos sociais. Ele era violento na clandestinidade”.

“Não afastamos a possibilidade de outras crianças terem sido agredidas. E, caso tenhamos conhecimento, vamos investigar”, concluiu França.

Segundo o delegado, a DCAV atualmente têm três inquéritos contra D. Jairinho. Um deles foi concluído e mais dois estão em andamento.

Ao ser preso por policiais da 16ª DP (Barra da Tijuca), no dia 8 de abril, Jairinho prestou depoimento ao delegado Adriano Marcelo Firmo França, titular da DCAV, e negou as acusações feitas pela ex-namorada.

Em relação à filha da cabeleireira, o vereador disse que eles tinham uma relação “amistosa” e não mantinha com a menina “grau de intimidade”, negando que tenha saído sozinho com a criança ou a levado a qualquer lugar que tivesse piscina. Também contestou as informações de que teria torcido o braço da enteada, dado “mocas” (cascudos) em sua cabeça e colocado um saco em seu rosto para sufocá-la.

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Delegado Adriano Marcelo Firmo França, titular da Delegacia da Criança e Adolescente Vítima (DCAV) do Rio de Janeiro
Delegado Felipe Curi, subsecretário Operacional da Polícia Civil do Rio de Janeiro
Delegado Adriano Marcelo Firmo França, titular da Delegacia da Criança e Adolescente Vítima (DCAV) do Rio de Janeiro
Delegado Adriano Marcelo Firmo França, titular da Delegacia da Criança e Adolescente Vítima (DCAV) e o delegado Felipe Curi, subsecretário Operacional da Polícia Civil do Rio de Janeiro
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Delegado Adriano Marcelo Firmo França, titular da Delegacia da Criança e Adolescente Vítima (DCAV) e o delegado Felipe Curi, subsecretário Operacional da Polícia Civil do Rio de Janeiro

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Depoimentos na DCAV

A primeira criança a ser ouvida na DCAV foi a filha da cabeleireira Natasha de Oliveira Machado, que conheceu Jairinho em 2010 e chegou a ficar noiva do vereador, com quem manteve relacionamento até 2014.

A menina, de 13 anos, contou que teve a cabeça batida pelo então padrasto contra a parede do box de um banheiro. Relatou ainda ter sido pisada por Jairinho nos fundos de uma piscina para que ela não conseguisse levantar e respirar.

Ouvida pelos investigadores, a avó da criança relatou que, ao questionar o vereador sobre um machucado na testa da menina, ele respondeu que o ferimento foi provocado por uma batida no console do carro após freada brusca durante ida a um shopping.

Em outra ocasião, disse a avó, a garota chegou com o braço imobilizado, e Jairinho afirmou que a enteada teria se lesionado no decorrer das aulas de judô. O professor da academia, também em depoimento, negou ter recordações desse episódio.

A avó afirmou ter estranhado o comportamento da neta quando ela lhe agarrou e, chorando e vomitando, pediu para que não a deixasse sair sozinha com Jairinho. Cerca de oito meses depois, ao assistir a um programa de televisão que abordava casos de violência doméstica, a menina admitiu as agressões sofridas.

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Jairinho, padrasto de Henry Borel Medeiros, ao ser preso por suspeita de participação na morte do garoto
Jairinho e Monique Medeiros, padrasto e mãe de Henry Borel Medeiros, ao serem presos no dia 8 de abril
Jairinho, padrasto de Henry Borel Medeiros, ao ser preso no dia 8 de abril
Jairinho, padrasto de Henry Borel Medeiros, ao ser preso no dia 8 de abril
A mãe do menino, Monique Medeiros, foi presa, também sob suspeita de participar da morte
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Monique Medeiros

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Jairinho, padrasto de Henry Borel Medeiros, ao ser preso por suspeita de participação na morte do garoto

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Jairinho e Monique Medeiros, padrasto e mãe de Henry Borel Medeiros, ao serem presos no dia 8 de abril

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Jairinho, padrasto de Henry Borel Medeiros, ao ser preso no dia 8 de abril

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Dr. Jairinho é acusado pela morte do enteado, Henry

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Jairinho é conduzido por policiais

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Monique, mãe de Henry, segue para IML do Rio

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André França, advogado do vereador Jairinho, suspeito da morte do menino Henry, chega à 16ª DP

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André França, advogado do vereador Jairinho, suspeito da morte do menino Henry, chega à 16ª DP

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Dr. Jairinho foi eleito vereador no Rio

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A mãe do menino, Monique Medeiros, foi presa, também sob suspeita de participar da morte

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Dr. Jairinho, padrasto do garoto

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Monique Medeiros, mãe de Henry Borel

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