metropoles.com

DPVAT deve voltar a ser cobrado por falta de dinheiro em fundo

Caixa deixou de pagar vítimas de acidentes de trânsito em 15 de novembro e espera projeto do novo seguro DPVAT ser aprovado no Congresso

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Breno Esaki/Metrópoles
Trânsito EPTG faixa exclusiva dpvat
1 de 1 Trânsito EPTG faixa exclusiva dpvat - Foto: Breno Esaki/Metrópoles

Por enquanto, quem tem carro no Brasil não precisa se preocupar em colocar o seguro DPVAT nas contas de início do ano. Mas o gasto, que não era cobrado desde janeiro de 2021, pode voltar para o orçamento com a votação do Projeto de Lei Complementar PLP nº 233/23, do governo federal.

O PL reformula o seguro obrigatório, criado em 1974, para proteção a vítimas de acidentes de trânsito e definirá prazos e valores a serem cobrados.

O seguro DPVAT não sai do bolso dos brasileiros desde janeiro de 2021. A Caixa Econômica Federal, desde então, criou um modelo emergencial para cobrir sinistros, inclusive com um aplicativo para tentar desburocratizar o serviço. O problema é que esse projeto só valia até 31 de dezembro de 2023.

Mas a situação é mais complicada. Sem dinheiro no fundo acumulado para tal fim, a Caixa suspendeu o pagamento do seguro DPVAT desde 15 de novembro do ano passado. O banco afirma precisar de, ao menos, R$ 230 milhões para cobrir as vítimas de acidentes entre 15 de novembro e 31 de dezembro de 2023.

A Caixa afirmou que, entre 2021 e 2023, 797 mil pedidos de indenização foram pagos, em um total de mais de R$ 3 bilhões. Durante o ano passado, o fundo ficou com cerca de R$ 790 milhões, o que seria suficiente para pagar as vítimas somente até 14 de novembro de 2023.

Por isso, a pressa para aprovar o PL no Congresso.

“É um projeto que carrega complexidade, por isso ficou muito difícil votar ainda em 2023”, afirmou o deputado federal Carlos Zarattini (PT-SP) ao jornal O Globo.

Segundo ele, há muito a ser analisado. “É preciso dialogar com as seguradoras, com as associações de acidentados, em meio a debates igualmente complexos, neste fim de trabalhos legislativos, no âmbito econômico. Será um problema para a Câmara em 2024”, pontuou.

A proposta de Zarattini, apoiada pelo governo federal, é manter a gestão dos recursos nas mãos da Caixa. E ainda transferir para o SUS parte das despesas com tratamentos médicos atualmente financiadas pelo DPVAT.

Briga política no DPVAT

A completa mudança no modelo e nos fundos do seguro de acidentes foi fruto da briga política entre o então presidente Jair Bolsonaro (PL) e o deputado federal Luciano Bivar (União), que presidia o PSL, antigo partido de ambos.

Na mesma época que Bolsonaro rompeu com o presidente da sigla que o elegeu, o governo retirou o consórcio Líder da gestão do DPVAT. Bivar era sócio da Excelsior, seguradora que representava 2% do consórcio que administrava os recursos do seguro acidente.

A justificativa para a retirada da Líder do controle do DPVAT foi uma investigação de supostas fraudes na administração de recursos.

Em janeiro de 2021, o Tribunal de Contas da União (TCU) afirmou ter encontrado uma série de irregularidades cometidas pelo consórcio, como o favorecimento indevido de membros da alta administração da Seguradora Líder, inclusive pessoas politicamente expostas (que não tiveram nomes citados) e até a tentativa de barrar auditorias internas e externas nas contas do seguro.

É possível, no entanto, que o seguro volte a ser administrado por um consórcio, saindo das mãos da Caixa. A proposta de gestão pelo banco público era provisória, mas acabou durando três anos.

A Caixa foi escolhida à época para administrar o DPVAT por sua capacidade de realizar pagamentos a um público amplo, mas é fato que o negócio principal da Caixa não é o setor de seguros.

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?