DPU pede ao governo cestas básicas e apoio urgente aos Yanomami
Defensores públicos enviaram ofício aos ministérios da Justiça e da Defesa pedindo reforço nos meios aéreos e de logística
atualizado
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A Defensoria Pública da União (DPU) pediu aos ministérios da Justiça e da Defesa reforço nos meios aéreos de apoio e melhor logística para a Terra Indígena Yanomami. O ofício com a solicitação foi assinado no último domingo (29/1).
A DPU requer, com urgência, que as pastas:
- determinem imediatamente o envio de meios aéreos para distribuição das cestas básicas para a região de Auris (RR), para atender as comunidades kotaimatiu, polapê e katanã, Hokolaxi Mu, õki ola; Xilipi e Kuratanha e as comunidades que ficam no rio abaixo de kuratanha, que estão sofrendo grave situação de fome;
- Ampliação de forma imediata todo o apoio logístico, inclusive aumentando o número de helicópteros;
- garantam a segurança e integridade dos profissionais da Secretaria de Saúde Indígena (Sesai) e da Fundação Nacional do Índio (Funai) que atuam na Terra Indígena Yanomami bem como dos povos indígenas;
Segundo a DPU, as cestas básicas já estão disponíveis e falta apenas distribuir para os indígenas.
“Durante o processo de escuta das associações do Povo Yanomami e das entidades da sociedade civil, percebeu-se a absoluta insuficiência do número de aeronaves disponíveis para a distribuição de alimentos e medicamentos. Enquanto se atendia apenas a região do Surucucu, por exemplo, lideranças das aldeias do Auaris clamavam por socorro imediato sem perspectiva de atendimento por falta de aeronaves”, destaca o documento.
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A Defensoria também alerta sobre a questão de falta de segurança na localidade. “Foram relatados, outrossim, casos graves de ameaça às lideranças e a servidores públicos da Funai e da SESAI que atuam nos territórios. Tanto as lideranças como os servidores públicos afirmaram ter receio de transitar na T.I. Yanomami, diante do histórico de ações violentas e das promessas de represália por parte dos garimpeiros. Urge, portanto, que sejam ampliados significativamente o número de aeronaves nas operações de logística e também o número de agentes da Força Nacional de Segurança para prestar apoio a essas operações”, afirmam os defensores.
Assinam o ofício as defensoras públicas federais Marina Mignot Rocha e Carolina Godoy Leite, além dos defensores públicos federais Renan Vinícius Sotto Mayor de Oliveira, Ronaldo de Almeida Neto e André Carneiro Leão.