Doria sobre voto em Bolsonaro: “Errei, mas não vou errar duas vezes”
Governador de SP disse que cometeu um engano, “assim como milhões de brasileiros”, mas que não seria capaz de votar no PT
atualizado
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São Paulo – O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), disse nesta segunda-feira (23/8) que votou no presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que se arrependeu e cometeu um engano, mas que não poderia ter votado no Partido dos Trabalhadores (PT) em 2018.
A fala foi feita no Roda Viva, da TV Cultura. Questionado se não sabia quem era Bolsonaro antes das eleições de 2018 e de suas posições ideológicas, falou que não tem dúvidas sobre as convicções de pessoas que fizeram parte do governo federal.
“Assim como eu, milhões de brasileiros cometeram um engano. Você tem dúvidas sobre as convicções democráticas de Sergio Moro? Eu não tenho, assim como as de Luiz Henrique Mandetta, assim como as de Salim Mattar. Assim como eu, milhões de pessoas se decepcionaram. Eu não iria votar no PT, eu fui contra o PT e venci o PT. Não tinha a menor condição de votar em PT”, falou.
Doria disse ter votado em Geraldo Alckmin no primeiro turno e em Bolsonaro no segundo em 2018. Durante a campanha eleitoral para governador em 2018, Doria visitou cidades do interior de São Paulo usando uma camiseta com a palavra “Bolsodoria“, mesmo antes do segundo turno. Naquela eleição, Alckmin era o candidato do PSDB para a Presidência da República.
“Eu votei em Geraldo Alckmin no primeiro turno, fiz campanha para Geraldo Alckmin. Eu não faria campanha para o PT, eu não anulo meu voto, por princípio pessoal, eu não anulo, não voto em branco”, falou.
Polícia
Questionado por que fez discursos semelhantes ao de Bolsonaro na época da campanha para governador, como o uso da força policial, Doria negou qualquer semelhança.
Em 2 de outubro de 2018, Doria disse em entrevista à Rádio Bandeirantes: “Não façam enfrentamento com a Polícia Militar nem a Civil. Porque, a partir de 1º de janeiro, ou se rendem ou vão para o chão. Se fizer o enfrentamento com a polícia e atirar, a polícia atira. E atira para matar”.
No Roda Viva, o governador negou que tenha dito isso. “Eu não falei vai atirar para matar. Eu disse que a polícia de São Paulo agiria com eficiência como tem agido, com eficiência no combate à criminalidade. Aliás, a PM de São Paulo não é complacente com nenhum tipo de crime, nem o crime mais leve, nem criminosos de colarinho branco, nem nenhum tipo de criminoso. Eu nunca disse que a PM de São Paulo iria atirar para matar. Eu não sei da onde vieram estas aspas, mas não são minhas”, falou.
Doria lembrou que a PMSP agora usa câmeras corporais nos uniformes dos PMs, e com isso, a letalidade foi a zero.