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São Paulo – O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), rebateu as críticas feitas neste domingo (17/1) pelo ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, que o acusou de “desprezar a lealdade federativa”. Doria afirmou estar “atônito” com as declarações de Pazuello de que as vacinas teriam sido compradas pelo governo federal.
“Ele diz que as vacinas foram compradas com dinheiro do SUS e não com dinheiro do governo de São Paulo. É inacreditável como o ministro da Saúde, sem ser médico, um desastre completo, ainda mente. A vacina do Butantan só está em São Paulo e no Brasil porque foi investimento do governo de estado de São Paulo. Não há nenhum centavo, nem para estudo, pesquisa, nada, do governo federal. Seja honesto, chega de mentiras”, falou o governador.
Pazuello disse ainda que o governador promoveu uma “jogada de marketing” após a autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para o uso emergencial da Coronavac, vacina desenvolvida pelo Butantan em parceria com farmacêutica chinesa Sinovac.
“Sobre golpe de marketing, o governo federal faz golpes de mortes há 11 meses contra brasileiros, com negacionismo, cloroquina, falta de agulha, orientação, frases lamentáveis. Isto sim é golpe na vida, na saúde, na índole dos brasileiros, principalmente os mais simples”, rebateu o governador de São Paulo.
Doria aunciou ainda que irá enviar 50 mil doses da Coronavac aos profissionais de saúde do Amazonas, independentemente da cota reservada ao estado no Plano Nacional de Imunização (PNI). “Amanhã pela manhã, um avião levará 50 mil doses da vacina, independentemente da cota do Ministério da Saúde, para os profissionais da saúde do Amazonas”, disse.
O Ministério da Saúde, que planeja iniciar a campanha de vacinação na próxima quarta (20/1), tem acordo com o Butantan para adquirir as 46 milhões de doses compradas pelo governo paulista da Sinovac. Na sexta, a pasta pediu as 6 milhões de doses prontas da Coronavac disponíveis no país, após uma tentativa fracassada de trazer da Índia 2 milhões de doses do imunizante da da AstraZeneca/Universidade de Oxford, escolhido para fabricação nacional na Fiocruz.
O governador de São Paulo afirmou que com a aprovação do uso emergencial da Coronavac pela Anvisa, diz que entregará 4,6 milhões de doses ao ministério. Outras 1,36 milhão de vacinas ficarão em São Paulo para a imunização no estado.