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São Paulo – O governador de São Paulo, João Doria, afirmou nesta segunda-feira (8/2) que cortará o ponto de professores que não retornarem à sala de aula. Segundo o governador, medidas foram tomadas para garantir a volta às aulas presenciais de forma segura a partir de hoje.
Na sexta-feira (5/2), os professores da rede estadual de ensino de São Paulo anunciaram que entrariam em greve a partir desta segunda. A decisão ocorreu após assembleia virtual da Apeoesp, sindicato que reúne professores e profissionais da educação da rede pública estadual. Os docentes pedem prioridade na vacinação contra a Covid-19.
“Professores que não forem dar as suas aulas poderão perder a sua remuneração com corte de ponto. Não há justificativa para medidas individuais que não sigam a orientação da Secretaria da Educação”, afirmou o governador.
Doria disse que não há nenhuma razão para “impedir, limitar ou restringir a presença de professores nas escolas em São Paulo”. “Os alunos precisam voltar e os pais, na sua imensa maioria, também querem os alunos de volta à escola. E isso está sendo feito de forma absolutamente segura”, afirmou.
As escolas estaduais de São Paulo começaram o retorno às aulas presenciais em esquema de rodízio. A retomada será de forma gradativa. Cerca de 3,3 milhões de alunos, que estudam em 5.100 unidades do estado, podem voltar às aulas com parte do ensino virtual e parte na escola presencialmente.
Recepção
Na escola E.E Prudente de Morais no Bom Retiro, zona norte da capital paulista, pais e crianças foram recebidas por três funcionárias que faziam a medição de temperatura na entrada da unidade. Para voltar às sala de aula, o nome da criança precisava estar em um das listas.
Antes da abertura dos portões, às 7h, um pequeno grupo de pais e filhos aguardava ansioso a retomada das aulas na porta da escola.
É o caso da supervisora Gislei Macedo e do filho Breno, de 5 anos. Segundo ela, a escola passou bastante segurança em relação às informações sobre os protocolos de prevenção contra Covid-19 adotados.
“A gente se sente segura e ele também está bem informado e empolgado. É importante. Em casa eles, eles não têm tanto aprendizado como na escola. Os professores são preparados, têm um meio certo de ensinar. A gente tenta em casa, mas não é igual a escola”, disse.
A boliviana Maribel Molica, que está desde novembro passado no Brasil, levou a filha Mariana, 8 anos, pela primeira vez à escola do Bom Retiro.
“É a primeira vez que ela está vindo a essa porque ela estava estudando lá Bolívia. Em casa ela não aprende nada, não temos tempo, tenho que trabalhar… É melhor deixar na escola. Ela só fala espanhol”, diz a costureira.
O retorno presencial está condicionado à autorização das prefeituras. Mesmo nos municípios autorizados, a presença dos alunos nas escolas não é obrigatória nas regiões que estejam na fase vermelha, laranja ou amarela do Plano São Paulo, mas as unidades poderão permanecer abertas e com atividades nessas etapas.
Na rede estadual, neste início do ano letivo, a presença é limitada a até 35% dos alunos matriculados. Nas regiões na fase amarela, escolas privadas podem ter até 70% dos alunos em sala de aula.