Doria diz não saber que Butanvac tem participação americana
“O importante é termos uma vacina e temos”, disse o governador de São Paulo nesta segunda-feira (29/3)
atualizado
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São Paulo – O governador de São Paulo, João Doria, afirmou nesta segunda-feira (29/3) que não sabia que o desenvolvimento da Butanvac tem participação americana.
Na última sexta-feira (26/3), ele anunciou a vacina como “100% brasileira“. A vacina contra Covid-19, no entanto, contou com estudos feitos na Escola de Medicina Icahn do Instituto Mount Sinai, nos Estados Unidos.
Questionado sobre a omissão da universidade norte-americana ao fazer o anúncio, ele respondeu: “[Não disse] simplesmente porque eu não tinha a informação”.
“Mas entendo que a Butanvac é uma vacina nacional. O importante é termos uma vacina e temos. Se parte dela é tecnologia internacional, isso é uma boa contribuição, isso é positivo.”
Na noite de sexta-feira, o Butantan minimizou a polêmica. “O Instituto Butantan esclarece que a produção da Butanvac, primeira vacina brasileira contra o novo coronavírus, é 100% nacional, conforme anunciado na manhã desta sexta-feira, 26/3, em coletiva de imprensa”, disse em nota.
Entenda
A informação fornecida para a Folha de S.Paulo foi dada pelo diretor e professor do departamento de microbiologia do Instituto Mount Sinai, Peter Palese, e, segundo a reportagem, também consta em estudo publicado em dezembro de 2020, assinado por pesquisadores do Mount Sinai e da Escola de Medicina da Universidade da Carolina do Norte, em Chapel Hill.
“Realizamos com sucesso experimentos com nossa vacina baseada no vírus da doença de Newcastle [NVD, um tipo de gripe aviária]. Enquanto isso, iniciamos testes de fase 1 no Vietnã e na Tailândia com a nossa nova geração (melhorada) de vacina de Covid. Estamos conduzindo um teste de fase 1 aqui no Mount Sinai”, disse o diretor, via e-mail.
“Sim, também temos um acordo com o Instituto Butantan para entrar em testes clínicos no Brasil usando nosso vetor de vacina NVD. Também estamos desenvolvendo vacinas para variantes da Covid-19 baseadas nas versões sul-africana e brasileira para o Instituto Butantan”, acrescentou.