Doria determina investigação contra homem que ameaçou Lula em vídeo
O empresário José Sabatini viralizou nas redes sociais após publicar vídeo em que pratica tiro ao alvo e ameaça o ex-presidente Lula
atualizado
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São Paulo – O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), telefonou para a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, para informar que determinou abertura de investigação policial contra o homem que gravou vídeo atirando com arma de fogo e ameaçando o ex-presidente Lula (PT).
“Doria entende que não será à base de ameaças, agressões ou tiros que o Brasil encontrará o caminho da paz, equilíbrio e respeito pela democracia e pelo contraditório. A condenação da violência política é uma regra imutável da democracia”, informou, em nota, a assessoria de imprensa de Doria.
No domingo (14/3), o PT enviou cartas ao governo de São Paulo e à Procuradoria-Geral de Justiça do estado para solicitar a instauração de inquérito referente ao caso. A representação foi assinada por Gleisi e pelos deputados federais Paulo Teixeira e Rui Falcão, ambos de São Paulo.
De acordo com o partido, existe uma “possível prática de ameaça, incitação ao crime e calúnia”.
Vídeo viralizou
O autor do vídeo, identificado como José Sabatini, empresário de Artur Nogueira, no interior paulista, divulgou vídeo, supostamente feito no sábado (13/3), em que xinga e ameaça Lula após praticar tiro ao alvo.
“Se você não devolver os R$ 84 bilhões que você roubou do fundo de pensão dos trabalhador (sic), você vai ter probrema (sic), hein, cara […]”, ele disse, apontando a mão para o revólver.
Sabatini prossegue: “Outro recado: não tenta transformar o meu país numa Venezuela. Eu vou derramar meu sangue, mas eu vou lutar pelo meu país. Não tenta, viu? Tá entendendo o meu recado? Tô sendo claro com você?”
Os advogados do ex-presidente Lula também entraram com representação contra o suspeito do crime na Procuradoria do estado. Eles pedem a prisão preventiva de Sabatini, apreensão da arma de fogo, medida cautelar, entre outros.
Lula elegível
No último dia 8, o ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), anulou todos os processos que envolvem Lula, no âmbito da força-tarefa em Curitiba. Essa medida torna o petista elegível para eleições em 2022, segundo a Lei da Ficha Limpa.
Como resultado, o ex-presidente discursou na quarta (10/3), no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo. Na ocasião, Lula disse ter sido “vítima da maior mentira jurídica conta em 500 anos”, em alusão à sua condenação nos casos do triplex do Guarujá, do sítio de Atibaia e do Instituto Lula.
O ex-presidente ficou preso 580 dias por corrupção e lavagem de dinheiro. “Não tenho [mágoas]. Não tenho porque o sofrimento que as pessoas pobres estão passando é infinitamente maior do que qualquer crime que cometeram contra mim”, afirmou, em relação à crise de Covid-19 no Brasil.
Por conta de seu pronunciamento, especialistas apontam que Lula é um possível candidato à presidência em 2022 contra Jair Bolsonaro (sem partido).