1 de 1 João Doria chora após discurso de desistência da candidatura - Metrópoles
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São Paulo – A pré-candidatura de João Doria à Presidência da República chegou ao fim, após uma sequência de embates dentro do próprio PSDB – em que se formou resistência ao nome do ex-governador de São Paulo na corrida rumo ao Planalto.
Em pronunciamento no início da tarde desta segunda-feira (23/5), Doria confirmou que está fora da disputa presidencial em 2022.
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João Doria chorou ao anunciar que desistiu de ser candidato à Presidência do Brasil
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Ao encerrar sua fala, o político paulista abaixou a cabeça e cruzou as duas mãos sobre o peito, visivelmente emocionado
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Doria se emocionou bastante ao agradecer os aplausos
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João Doria e sua esposa, Bia Doria
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Ao lado de Doria, estava o presidente do PSDB, Bruno Araújo
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Doria fez um discurso com os olhos marejados ao falar de sua desistência à candidatura
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“Entendo que não sou o candidato da cúpula do PSDB, e aceito. Sempre busquei e continuarei buscando o consenso, ainda que ele seja contrário a mim. Saio de coração ferido e de alma leve”, disse o ex-governador de São Paulo, em discurso ao lado de sua esposa, Bia Doria, e do presidente nacional da sigla, Bruno Araújo.
“Seguirei como observador sereno do meu país, sempre com a disposição de lutar a guerra para a qual eu fui chamado. Que Deus proteja o Brasil”, acrescentou.
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João Agripino da Costa Doria Junior, nascido em 1957, é empresário, publicitário, jornalista e político brasileiro. Natural de São Paulo, foi eleito governador do estado para o mandato de 2018 a 2022
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Filho do publicitário e ex-deputado federal João Doria e da empresária paulista Maria Sylvia Vieira de Moraes Dias Doria, o atual governador de São Paulo e sua família precisaram morar por anos na França, após o pai ter sido perseguido durante a ditadura militar
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Em 1970, após voltar ao Brasil, Doria pediu estágio em uma empresa publicitária no departamento de rádio e TV. Tomou gosto pela carreira, ingressou em um curso de comunicação e, mais tarde, tornou-se diretor da Rede Bandeirantes de Televisão
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Doria também foi colunista da revista IstoÉ Dinheiro, apresentou o reality show Aprendiz e o Aprendiz Universitário. Foi também editor de livros, palestrante no Brasil e no exterior, e fundador do grupo Doria, de comunicação e marketing
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João também foi secretário de Turismo de São Paulo, presidente da Paulistur e da Embratur
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Em 2012, foi eleito umas das cem pessoas mais influentes do mundo pela revista IstoÉ e, em 2014, eleito como um dos cem lideres de melhor reputação pela revista Exame
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Em 2001, filiou-se ao Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) e, em 2016, lançou-se candidato à prefeitura de São Paulo. Eleito, Doria se tornou o primeiro candidato a ocupar o cargo em primeiro turno desde 1992
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Cerca de 15 meses depois de tomar posse como prefeito, renunciou ao cargo para concorrer ao governo de São Paulo
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Em 2018, venceu Márcio França na disputa pelo Palácio dos Bandeirantes
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Durante a pandemia da Covid-19, Doria ganhou força ao se posicionar contra o presidente Jair Bolsonaro. Durante o ano de 2020, uniu-se ao Instituto Butantã para desenvolver uma vacina eficaz contra o coronavírus. Em 2021, organizou coletiva para vacinar a primeira pessoa no Brasil
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Doria, no entanto, também coleciona polêmicas. Além de ter virado réu, acusado de receber propina para beneficiar o consórcio FM Rodrigues/CLD enquanto era prefeito, o empresário causou confusão com educadores após mandar retirar de escolas apostilas sobre identidade de gênero. Durante a pandemia, não agradou os paulistas ao ter viajado, mesmo depois de endurecer as regras de isolamento no estado
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Opositor de Bolsonaro nas Eleições de 2022, Doria venceu as previas do PSDB e, até o momento, está oficializado como pré-candidato à Presidência da República
O anúncio ocorre após o PSDB, junto com o MDB e o Cidadania, definirem conjuntamente que devem apoiar Simone Tebet (MDB) para a eleição presidencial.
A decisão do político paulista de abandonar a disputa presidencial constitui o desfecho de um processo de fragmentação do próprio PSDB. Não houve consenso no partido – nem mesmo com a realização das prévias tucanas, em novembro de 2021, que resultaram na escolha de Doria como pré-candidato.
Na eleição interna do PSDB que tinha por objetivo aparar as arestas e construir um consenso na sigla em torno de um único nome, o então governador de São Paulo enfrentou Eduardo Leite (que, à época, era chefe do Executivo do Rio Grande do Sul) e o ex-senador Arthur Virgílio.
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e o ex-senador José Serra chegaram a se posicionar a favor de Doria. Geraldo Alckmin, que ainda integrava o partido, e o ex-governador Aécio Neves se mobilizaram na campanha a favor de Eduardo Leite.
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O primeiro turno da eleição para presidente da República está marcado para 2 de outubro de 2022
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A seguir, os candidatos à Presidência
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Ciro Gomes, do PDT
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Felipe d'Ávila, do Novo
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Jair Bolsonaro, do PL
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João Doria (PSDB) - Vencedor das prévias do partido, Doria está oficializado como pré-candidato
Luciano Bivar (União Brasil) – Vencedor das prévias do partido, Luciano Bivar está oficializado como pré-candidato
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Sofia Manzano, do PCB
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Prévias tucanas
Em 21 de novembro, data da eleição tucana, o aplicativo desenvolvido para registrar os votos apresentou falhas, o que resultou em acusações sobre suposta fraude no processo. Um novo pleito acabou sendo realizado seis dias depois.
Doria alcançou 53,99% dos votos, seguido por Leite, com 44,66%. Virgílio somou 1,35%.
“O PSDB sai desse processo muito maior do que entrou”, disse o presidente da sigla, Bruno Araújo, ao anunciar o vencedor.
Não foi bem assim. As desavenças internas prosseguiram.
Ameaça de Doria
Em 30 de março, na tentativa de pressionar a cúpula do PSDB, Doria ameaçou não concorrer à Presidência e permanecer no governo de São Paulo.
Se mantivesse essa decisão, Doria praticamente inviabilizaria a candidatura de Rodrigo Garcia, o então vice-governador, que planejava alavancar seu nome justamente com a visibilidade do cargo de chefe do Executivo estadual de São Paulo.
Na ocasião, Bruno Araújo divulgou uma carta de apoio ao pré-candidato eleito nas prévias da sigla. O gesto da direção do partido visava encerrar a crise.
Com o reconhecimento público de sua pré-candidatura à Presidência, Doria manteve a renúncia ao cargo de governador e seguiu na disputa.
“Sim. Serei candidato à Presidência da República pelo PSDB”, discursou Doria em cerimônia no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista, menos de 24 horas depois de iniciar seu plano para enquadrar a cúpula tucana.
Terceira via
O debate em torno de um nome da chamada terceira via persistiu, e teve início uma mobilização para unir MDB e PSDB na mesma chapa.
Nesse processo, a senadora Simone Tebet começou a ser defendida também por líderes do PSDB como o nome mais forte, com menos rejeição, para concorrer à Presidência – mesmo que a parlamentar atualmente apresente um percentual de intenção de votos inferior ao de Doria.
Em reunião da executiva nacional do PSDB, realizada no último dia 17 de maio, integrantes do comando da sigla chegaram a defender a possibilidade de candidatura própria, mas com outro nome. O processo para eliminar Doria da disputa ganhava mais força.