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Doria chama Bolsonaro de “facínora” e apoia panelaços contra o presidente

O governador de São Paulo também chamou o presidente Jair Bolsonaro de “negacionista” com “vocação totalitária”

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Fábio Vieira/Metrópoles
O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), em coletiva de imprensa
1 de 1 O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), em coletiva de imprensa - Foto: Fábio Vieira/Metrópoles

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), disse na tarde desta sexta-feira (15/1) que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) é um “facínora” pela sua atuação frente à pandemia de Covid-19. O tucano defende a mobilização popular contra o adversário, mas sem aglomerações, e sugere que a classe política também faça o mesmo.

A afirmação de Doria foi dada em São Paulo, em encontro com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e o deputado federal Baleia Rossi (MDB-SP), candidato a ocupar a cadeira de Maia a partir de 2 de fevereiro.

“Será que o Brasil que já se mobilizou nas ruas pela mudança, pelas Diretas Já, por movimentos cívicos importantes de ordem popular vai continuar quieto e não vai reagir? Reaja, Brasil, reaja o Congresso Nacional, cumpra seu papel, sim, a Câmara e o Senado, aquele que lhe cabe e cada parlamentar sabe o seu papel, a sua representatividade e a força da sua voz na Câmara e no Senado”, disse o governador de São Paulo.

“Reajam, governadores; reajam, prefeitos; reajam, dirigentes sindicais; reajam, formadores de opinião, ampliem a reação da imprensa, um dos poucos segmentos no país que tem se mantido na firmeza de contrapor-se a um facínora que comanda o país. Reajam os que podem reagir”, ele conclui.

De acordo com Doria, a insatisfação da população com o presidente Bolsonaro será causadora de protestos. O governador tucano defendeu, inclusive, os panelaços e o uso das redes sociais para criticar Bolsonaro. “Tenho certeza que muitas vozes vão começar a se levantar em defesa do Brasil. Se não fizermos isto, em dois anos, o Brasil estará destruído pela incompetência, pela inépcia, pela incapacidade, pela mortalidade e pela insanidade”.

Apoio a Baleia

No encontro, o governador paulista também aproveitou para manifestar o apoio a Baleia Rossi para presidente da Câmara. Ele disse que a candidatura de Arthur Lira (PP-AL), apoiado por Bolsonaro, é uma “ameaça à democracia”. Doria ainda chamou o presidente da República de “negacionista” que tem “vocação totalitária”.

O governante aproveitou, aliás, para dizer que “sabe o que é uma ditadura”, pois seu pai foi um exilado político na ditadura militar. “[A candidatura de Baleia Rossi] é uma opção entre aquele que garante a liberdade de expressão, que garante obediência à constituição, que assegura a proteção democrática do país. Que entende  e advoga a proteção à vida dos brasileiros diante da pandemia. A disputa não é apenas entre dois candidatos ou alguns candidatos, é a disputa entre a defesa democrática e a ameaça à democracia”, destacou.

Dessa maneira, Baleia Rossi endossou o discurso de João Doria. Para o candidato ao posto máximo da Câmara, o seu opositor Arthur Lira “flerta com grupos radicais”.

“A candidatura do meu adversário, que eu respeito, significa uma Câmara dependente do governo federal, submissa ao Palácio. E flerta com grupos radicais que até pouco tempo atrás estavam querendo o fechamento do Congresso Nacional. Recebe apoio de radicais na rede que não querem a vacina, que brincam com a agonia da população que sofre com a pandemia”, criticou.

“Esse pilantra aí não é homem”

Após a declaração de Doria, Bolsonaro concedeu uma entrevista ao Brasil Urgente, da TV Band. Na ocasião, o presidente disse que Doria é “pilantra”, que o governador “não tem coragem moral” e que ele “não é homem”.

“Um dos estados que tem mais infectados [pela Covid-19] é o estado de São Paulo. Eu sei que aí tem também o maior número de habitantes. Ele quer jogar a responsabilidade pra cima de mim? Será que ele tem coragem moral, porque homem ele não é, nós sabemos que esse pilantra aí não é homem, de criticar o Supremo Tribunal Federal, que falou que eu não posso interferir? Eu tô cometendo um crime, Datena, por interferir, por ajudar. E não o contrário”, afirmou o presidente, em tom irritado.

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