Doria: ações de repressão a bailes funk seguem após Paraisópolis
A Operação Pancadão tem sido realizada periodicamente desde o início da gestão do atual governador de São Paulo
atualizado
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O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), afirmou que as políticas de repressão a bailes funk não vão mudar no estado. Nesse domingo, nove pessoas que estavam em uma festa na comunidade de Paraisópolis morreram pisoteadas em decorrência de uma operação policial. As informações são da Folha de S. Paulo.
Em entrevista coletiva, Doria afirmou que ações nas comunidades, seja por obediência da lei do silêncio, por busca e apreensão de drogas ou fruto de roubos, vai continuar. “A existência de um fato não inibirá as ações de segurança. Não inibe a ação, mas exige apuração, para que, se possa ter havido erros e falhas, possa ser corrigido”, disse.
Jovens presentes no local destacaram que a ação foi uma emboscada. O baile funk tinha mais de cinco mil pessoas. Imagens e relatos indicam que a multidão ficou encurralada pela PM em vielas, e alguns acabaram pisoteados e mortos.
Para a Polícia Militar, no entanto, o gatilho da confusão começou quando alguns agentes que faziam patrulhamento na região foram alvo de disparos, e os suspeitos fugiram em direção ao baile. “Mesmo sob fogo, os soldados não atiraram. Foi a própria polícia que socorreu aqueles jovens. O baile seguiu até as 10h mesmo com as vítimas”, informou o comandante da PM, coronel Marcelo Vieira Salles.
A Operação Pancadão tem sido realizada periodicamente desde o início da gestão Doria. Segundo o governo, entre sexta e domingo, cerca de 25% das ocorrências recebidas pela polícia são de perturbação do sossego. Só na região de Paraisópolis foram 40 chamadas naquela madrugada.