Dono de barco é indiciado por morte de jovem no Lago Corumbá IV
Rapaz de 28 anos morreu após choque elétrico em embarcação que havia alugado com amigos para comemorar Réveillon
atualizado
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O dono de um flutuante foi indiciado por homicídio culposo e fraude processual no caso da morte de um jovem de 28 anos que sofreu descarga elétrica na estrutura semelhante a uma embarcação, no Lago Corumbá IV, em Abadiânia, no Entorno do Distrito Federal. O Judiciário goiano recebeu o inquérito na segunda-feira (15/2).
A delegada Isabella Joy Lima e Silva indiciou, por homicídio culposo (quando não há intenção de matar), o proprietário do flutuante, Gledson Tavares da Silva Filho, 32 anos, pela morte de João Paulo Vieira Sandre.
A vítima e amigos alugaram a estrutura para comemorar o Réveillon, ocasião em que sofreu descarga elétrica no dia 2 de janeiro, como mostrou o Metrópoles.
Negligência
Em vídeo, a delegada explica que a investigação apontou negligência por parte do proprietário do flutuante. De acordo com as diligências policiais, Gledson fez uma ligação elétrica proibida, com fio desencapado, a fim de levar energia de sua residência para a estrutura, o que ocasionou a morte de João Paulo.
O indiciado, de acordo com a investigação, também era proprietário da residência ocupada pelo grupo. Em depoimento, ele disse que alertou a vítima e os amigos que alugaram a casa sobre os riscos da instalação elétrica.
Além de homicídio culposo, a polícia também indiciou Gledson Tavares por fraude processual após investigadores identificarem que ele alterou artificiosamente o local do crime, para induzir a perícia a erro.
Provas
A Polícia Civil juntou ao inquérito depoimentos de amigos da vítima e o laudo da perícia que constatou retirada de pontos de energia elétrica até o flutuante após o crime.
O inquérito também tem laudo cadavérico do Instituto Médico Legal (IML) que aponta lesão no tórax em decorrência de eletrocussão – morte por descarga elétrica.
Nos próximos dias, o Judiciário deverá remeter os autos ao Ministério Público do Estado de Goiás (MPGO) para analisar o caso e decidir se vai, ou não, denunciar o proprietário do flutuante. A reportagem não localizou o advogado de Gledson Tavares.