Dona de escola é acusada de obrigar crianças a comer o próprio vômito
“Ela fazia fila no banheiro para dar palmada, deixava as crianças sentadas no banheiro por horas”, contou a delegada Ellen Victer
atualizado
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A dona de uma escola em Curitiba foi indiciada pelo crime de tortura-castigo após o Núcleo de Proteção à Criança e ao Adolescente (Nucria) da Polícia Civil concluir inquérito de uma denúncia de maus tratos na instituição. De acordo com as investigações, Jussara Pazim, da Cimdy Educação Infantil, praticava formas diversas de agressão física e psicológica contra os alunos.
“Tortura-castigo é caracterizada física e psicologicamente. Não é só agredir, chacoalhar as crianças… foi verificado que ela forçava as crianças a comer, as crianças vomitavam na comida e ela forçava a comer com o próprio vômito. Ela fazia fila no banheiro para dar palmada, deixava as crianças sentadas no banheiro por horas”, contou a delegada Ellen Victer, uma das responsáveis pela investigação, ao Paraná Portal.
A polícia acredita que as práticas devam ter começado desde que a creche abriu, em 1997. A investigações ouviu 54 pessoas, entre menores de idade e ex-alunos que já são adultos atualmente. Ainda que o conteúdo da escuta especializada das crianças com psicólogos seja sigilosa, a delegada garantiu que todas aquelas ouvidas confirmaram os crimes.
“Na defesa, ela alegou ter uma postura firme com a educação das crianças. Só que, ao meu ver, há um grande excesso uma vez que educação não se confunde com agressão. Voltar a pegar a comida com vômito e devolver na boca da criança? Ao meu ver isso se enquadra como tortura-castigo e a polícia entra em ação”, comentou o delegado José Barreto. Com a repercussão do caso, a escola foi fechada. O Ministério Público do Paraná (MPPR) está de posse do inquérito e cabe a ele a responsabilidade de denunciar a mulher à Justiça.