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Dois militares tinham acesso às joias guardadas por Bolsonaro em fazenda de Piquet

Um coronel e um tenente, escalados por Bolsonaro, tinham acesso exclusivo ao acervo armazenado em fazenda do ex-piloto Nelson Piquet

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Bolsonaro Imagem colorida mostra Joias entregues por Bolsonaro à União - Metrópoles
1 de 1 Bolsonaro Imagem colorida mostra Joias entregues por Bolsonaro à União - Metrópoles - Foto: Divulgação/Defesa Bolsonaro

Dois militares tinham acesso exclusivo ao acervo pessoal de Jair Bolsonaro (PL), armazenado na fazenda do ex-piloto de Fórmula 1 Nelson Piquet. O coronel da reserva do Exército Marcelo Costa Câmara e o tenente Osmar Crivalatti tiveram a função, inclusive, de remover dois dos três kits de joias recebidos por Bolsonaro em viagens à Arábia Saudita, desde 2019, a fim de cumprir decisão do Tribunal de Contas da União (TCU).

As informações sobre o acesso às joias sauditas foram divulgadas pelo colunista do UOL Aguirre Talento. O jornal teve acesso ao depoimento dos militares à Polícia Federal nas investigações sobre irregularidades na entrada dos presentes no país, além de apurar se houve interferência de Bolsonaro para incorporar itens milionários ao patrimônio pessoal.

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Joias entregues por Bolsonaro à União
Estojo entregue ao ex-presidente Bolsonaro contendo kit com relógio com pulseira em couro, par de abotoaduras, caneta rosa gol, anel e um masbaha rose gold, todos da marca suíça Chopard
Joias sauditas apreendidas no Aeroporto de Guarulhos com comitiva do presidente Jair Bolsonaro, em 2021
Bolsonaro e joias sauditas
Receita não liberou joias trazidas ao Brasil pelo governo Bolsonaro
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Joias foram presente da Arábia Saudita a Michelle Bolsonaro

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Joias entregues por Bolsonaro à União

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Estojo entregue ao ex-presidente Bolsonaro contendo kit com relógio com pulseira em couro, par de abotoaduras, caneta rosa gol, anel e um masbaha rose gold, todos da marca suíça Chopard

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Joias sauditas apreendidas no Aeroporto de Guarulhos com comitiva do presidente Jair Bolsonaro, em 2021

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Bolsonaro e joias sauditas

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Receita não liberou joias trazidas ao Brasil pelo governo Bolsonaro

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Joias foram apreendidas pela Receita Federal em São Paulo

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No depoimento, os militares ressaltaram que somente eles tinham acesso ao acervo armazenado em um espaço de aproximadamente 200 m³. Explicaram que os itens contendo uma caixa com um relógio Rolex, uma caneta Chopard, abotoaduras, anel e uma espécie de rosário árabe estavam em espaço separado dos outros 9 mil itens que estão no local.

Os militares foram avisados pelo Gabinete Adjunto de Documentação Histórica (GADH) — responsável por identificar itens recebidos na Presidência da República e informar, por exemplo, se são objetos de caráter personalíssimo — que esses dois estojos estavam separados no galpão de Piquet por serem de interesse do ex-presidente.

Assim, os dois militares sabiam o que buscar quando foram até a fazenda para recolher as joias e devolver ao Poder Público, conforme determinou o TCU.

Fazenda de Piquet

Os presentes que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) recebeu ao longo do mandato e que quis manter como patrimônio pessoal foram guardados em uma fazenda de Nelson Piquet. Entre os 9 mil itens lá armazenados estão presentes recebidos por Bolsonaro.

Até março, quando a defesa de Bolsonaro entregou, em Brasília, as joias e armas à Caixa Econômica Federal e à Polícia Federal, os materiais ainda estavam na fazenda.

A fazenda do tri-campeão mundial de Formula 1 Nelson Piquet fica em Brasília, no Lago Sul, bairro nobre da capital. Segundo afirmou o ex-ministro e advogado de Bolsonaro, Fabio Wajngarten, em coletiva no dia do depoimento de Bolsonaro à PF, assim que outro local arejado e com tamanho adequado for encontrado, todos os materiais serão removidos de lá.

Terceiro kit

Um terceiro kit de joias, apreendido pela Receita Federal, não foi para a fazenda de Nelson Piquet.

Essas joias, no valor de R$ 16,5 milhões, chegaram ao Brasil, em outubro de 2021, com uma comitiva do Ministério de Minas e Energia. Ao chegar ao país, com o pacote, a Receita Federal apreendeu o conjunto que estava com o ajudante de ordens do ex-ministro Bento Albuquerque, o militar Marcos André dos Santos Soeiro.

Depois da apreensão, o governo Bolsonaro teria tentado reaver o pacote de joias pelo menos quatro vezes, por meio dos ministérios da Economia, de Minas e Energia e de Relações Exteriores.

Em uma quarta movimentação para recuperar os objetos, realizada a três dias de Bolsonaro deixar o governo, um funcionário público utilizou um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) para se deslocar a Guarulhos, em São Paulo.

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