“Doença da urina preta”: família homenageia veterinária que faleceu
Priscyla Andrade, de 31 anos, foi vítima da Síndrome de Haff, doença rara causada pelo consumo de peixe contaminado
atualizado
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Familiares da médica veterinária Priscyla Andrade, de 31 anos, que faleceu nesta terça-feira (2/3), vítima da Síndrome de Haff, conhecida como “doença da urina preta”, utilizaram as redes sociais para prestar homenagens a ela.
Priscyla estava internada, desde o dia 18 de fevereiro, em um leito de UTI, no Real Hospital Português, em Recife (PE), depois de ter contraído a doença rara, causada pelo consumo de peixe contaminado.
Nesta terça, a mãe da veterinária, a empresária Betânia Andrade, publicou uma homenagem à filha nas redes sociais.
“O céu hoje estará te recebendo com muita luz na casa do Pai e aqui jamais esqueceremos da sua humildade, caráter, da sua eficiência como profissional. Seu sorriso vai ficar na minha memória eternamente”, escreveu.
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Uma das irmãs de Priscyla, Alyne Andrade, também fez um um post em homenagem à veterinária.
“Meu amor, você é luz por onde passa, e hoje essa luz irá iluminar o Céu dia e noite, tenha certeza que todos nós ouvimos suas mensagens sobre a vida e não iremos baixar a guarda […]”, disse.
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Entenda o caso
No último dia 16, a empresária Flávia Andrade, de 36 anos, e a irmã dela, a médica veterinária Pryscila Andrade, de 31 anos, decidiram comprar um almoço no bairro do Pina, na zona sul da capital. Apesar de outras pessoas terem comido o peixe, apenas Flávia e Pryscila deram entrada no hospital quatro horas depois.
A mãe da vítima relatou que, apesar de terem apresentado sintomas característicos, a síndrome de Haff só foi diagnosticada no dia 20. Flávia também foi diagnosticada com Haff, mas ficou estável e foi voltou pra casa no dia 24.
Pryscila prosseguiu internada na UTI, com o estado de saúde mais delicado. Ela ficou com o fígado comprometido, os rins paralisados e com água no pulmão, de acordo com Betânia Andrade. Pryscila era médica veterinária e especialista em odontologia equina. Atleta de vaquejada, praticava o esporte pelo haras Maria Bonita, em Sergipe.
Síndrome de Haff
A doença de Haff está associada à ingestão de crustáceos e pescados e o principal sintoma é o escurecimento da urina, que chega a ficar da cor de café. No caso de Pryscila, aconteceu pela ingestão do peixe da espécie arabaiana.
A síndrome pode evoluir rapidamente: os primeiros sintomas surgem entre duas e 24 horas após o consumo de peixe e causa, principalmente, a ruptura das células musculares. Além da urina preta, entre os principais sinais da doença estão a dor e rigidez muscular, dormência, perda de força e falta de ar.
A hipótese mais aceita é que a enfermidade seja causada por alguma toxina biológica termoestável (ou seja, que não é destruída pelo processo normal de cozedura) presente em peixes de água doce e crustáceos.
A substância não altera o sabor ou a cor do alimento, o que facilita a contaminação. Alguns frutos do mar que foram consumidos por pacientes diagnosticados com a síndrome incluem espécies como o tambaqui, pacu-manteiga, pirapitinga e lagostim.