Dodge pede à PF “prioridade” nos casos de Brumadinho e Jean Wyllys
Chefe do MPF argumentou que caso do deputado é “ameaça à democracia” e revelou preocupação com apuração da responsabilidade em Brumadinho
atualizado
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A procuradora-geral Raquel Dodge pediu à cúpula da Polícia Federal “prioridade” nas investigações sobre a lama que arrasou Brumadinho, em Minas, e já fez 99 mortos, e também sobre as ameaças ao deputado federal Jean Wyllys (Psol/RJ), que levaram o parlamentar a desistir de assumir o mandato para o qual foi eleito em outubro.
Nesta quarta-feira (30/1), Raquel recebeu em seu gabinete, na sede da Procuradoria-Geral da República, o número 1 da PF, delegado Maurício Leite Valeixo, e outros dirigentes de áreas estratégicas da corporação.
A procuradora disse que o caso Jean Wyllys “é muito grave”. “Representa uma ameaça à democracia”, disse Raquel. “É necessário que seja dada resposta rápida e firme de instituições como a Polícia Federal e o Ministério Público.
Ela revelou preocupação com a apuração da responsabilidade pelo rompimento da barragem de Brumadinho. Destacou que a investigação sobre o mar de lama deve ser tratada “com prioridade e de forma integrada por todos os órgãos do sistema de Justiça com foco, inclusive, na prevenção de outros desastres desta natureza”.
As informações foram divulgadas pela Secretaria de Comunicação Social da Procuradoria. Durante o encontro, que durou pouco mais de uma hora, foram tratadas questões como a importância da atuação integrada entre o Ministério Público Federal e a PF e as prioridades em investigações em curso tanto no Supremo Tribunal Federal quanto no Superior Tribunal de Justiça – inquéritos que envolvem deputados, senadores, governadores e outros políticos que detêm foto privilegiado no âmbito das Cortes superiores.
A procuradora-geral ressaltou “a importância de as investigações terem como foco a resolutividade para maior efetividade ao combate à corrupção”. Ela defendeu o caminho da integração entre as equipes dos dois órgãos.
Participaram da reunião os delegados Igor Romário de Paula, novo chefe da PF da Diretoria de Investigação e Combate ao Crime Organizado; Cláudio Ferreira Gomes, diretor de Inteligência da Corporação, e Omar Gabriel Haj Mussi, corregedor-geral da PF.
Raquel estava acompanhada do vice-procurador-geral da República, Luciano Mariz Maia, da secretária da Função Penal Originária no STF, Raquel Branquinho, e do coordenador do Grupo da Lava Jato na PGR, José Alfredo de Paula Silva.
Ao final do encontro, ficou acertada a realização de “reuniões operacionais” entre as equipes do Ministério Público Federal e da PF.