À PGR, Pazuello diz que sabia de crise no AM antes do que afirmou à CPI
Quando depôs à Comissão Parlamentar de Inquérito da Pandemia no Senado, o ex-ministro disse que soube só no dia 10 de janeiro do problema
atualizado
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Quando depôs à Comissão Parlamentar de Inquérito da Pandemia no Senado, no dia 20 de maio, o ex-ministro da Saúde e general da ativa Eduardo Pazuello foi muito cobrado sobre o momento em que soube que ia faltar oxigênio hospitalar em Manaus no início do ano. Em depoimento, ele disse que havia sido no dia 10 de janeiro.
Documento oficial do Ministério da Saúde enviado à Procuradoria Geral da República (PGR) e divulgado pelo canal CNN Brasil nesta quarta-feira (9/6) indica, no entanto, que o aviso chegou à Pasta dois dias antes, em 8 de janeiro.
“Foi detectado, ainda, logo no início do período, a gravíssima situação dos estoques de oxigênio hospitalar em Manaus, em quantidade absolutamente insuficiente para o atendimento da demanda crescente. Tal problema chegou ao conhecimento do Ministério no dia 8 de janeiro, por meio de um e-mail enviado por Petrônio Bastos, da White Martins (fabricante do produto), no qual remete, em anexo, cópia de comunicado daquela Empresa à Secretaria Estadual de Saúde do Amazonas, datado de 7 de janeiro, explicando o possível desabastecimento e indicando, ao Estado, buscar outras fontes para o produto”, diz o documento com timbre oficial, que foi enviado sob o título “ações emergenciais decorrentes do agravamento dos casos de covid-19 no estado do Amazonas”.
Trata-se de um relatório parcial enviado em resposta à investigação da PGR sobre as ações e omissões do governo federal na crise amazônica no início do ano, quando faltou oxigênio para pacientes de Covid-19.
Além do documento, a Saúde enviou à PGR, no dia 17 de janeiro deste ano, uma mensagem encaminhada pelo governo do Amazonas a Pazuello no dia 8 de janeiro alertando para a “iminência de esgotamento” do oxigênio.
O ex-ministro não se manifestou.