Do Val diz ter boa relação com irmãos Bolsonaro e quer CPI contra Lula
Na quinta (4/2), Marcos do Val prestou depoimento à Polícia Federal para esclarecer uma suposta reunião entre Daniel Silveira e Bolsonaro
atualizado
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Em transmissão ao vivo realizada nesta sexta-feira (3/2), o senador Marcos do Val (Podemos-ES) afirmou que recebeu apoio de Flávio e Eduardo Bolsonaro após ameaçar pedir reúncia ao cargo e divulgar informações sobre um suposto plano para gravar o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Na noite dessa quinta-feira (4/2), Do Val prestou depoimento na Polícia Federal (PF) para prestar esclarecimentos sobre um suposto encontro entre o ex-deputado Daniel Silveira, preso nessa quinta, e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). À PF, ele culpou Daniel pelo plano contra Moraes.
Segundo Do Val, o encontro teria ocorrido em uma da residências oficiais da Presidência da República. No encontro, Silveira teria sugerido que Do Val influenciasse Moraes a afirmar que agiu de forma ilegal durante as eleições de 2022. O ex-deputado também pediu que Do Val gravasse a conversa.
Ao longo dessa quinta, o senador relatou o caso em diversas entrevistas, mas apresentou versões contraditórias do suposto ocorrido. Durante a transmissão desta sexta, Do Val criticou a imprensa por divulgar os fatos contraditórios e disse que, apesar de ameaçar renúncia, não sairá do cargo.
Do Val também afirmou que pretende pedir abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e seus ministros.
“Estou insistindo na abertura da CPI, porque na abertura da CPI eles quebram o sigilo de documentos. […] Estamos em um momento muito sensível com o atual presidente sob comando, estamos entrando em rota de colisão com ele e o ministro da Justiça. […] Eu não vou recuar, daqui pra frente vai ser a batalha cada vez maior”, afirmou.
Família Bolsonaro
Ao citar a ameaça de renúncia, Do Val disse que recebeu apoio de Flávio e Eduardo Bolsonaro. Os irmãos teriam pedido que Do Val saísse do Podemos e se filiasse ao PL, sigla da qual Bolsonaro faz parte. Segundo Do Val, o pedido também teria sido reforçado por Valdemar Costa Neto, presidente do partido.
“O PL fez o convite para que eu integrasse o partido. Eu disse ao Valdemar que muito me honra o convite, mas não é o momento. Eu prefiro estar nessa batalha sozinho para não incluir o partido como se tivesse formado um grupo contra o presidente”, disse.
Do Val continuou: “Eduardo e Flávio que me deram todo o apoio, pediram para que eu entrasse no partido. Disse que não, não vou expor. Deixa que eu continuo na linha de frente”.
Em nota enviada ao Metrópoles, a equipe de Valdemar Costa Neto afirmou que o presidente do partido não convidou Marcos Do Val a integrar a sigla. O próprio senador teria procurado o PL para se filiar, informou a assessoria.
De acordo com a equipe do político, Do Val assinaria a ficha de filiação na quinta-feira (2/2). Segundo a nota, o presidente do partido chegou a conversasr com Magno Malta, que comanda o PL no Espírito Santo e foi contra a filiação.
Valdemar afirmou que nunca havia conversado com Marcos Do Val, mas que aceitou recebê-lo em seu partido porque a sigla estava perdendo senadores.