Dividendos da Petrobras não podem comprometer investimento, diz Haddad
Petrobras decidiu pelo não pagamento de dividendos, o que gerou uma queda R$ 55,3 bilhões no valor de mercado da empresa
atualizado
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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), destacou que o pagamento de dividendos da Petrobras não pode comprometer os investimentos da companhia. A decisão de não distribuição de dividendos acarretou em uma queda de R$ 55,3 bilhões no valor de mercado da estatal.
“Que a distribuição dos lucros extraordinários será feita à medida que ficar claro para o conselho que isso não vai comprometer a companhia no plano de investimentos”, afirmou Haddad.
“Ao invés de fazer a distribuição de 100% dos dividendos extraordinários, ou de 0% dos dividendos extraordinários, se julgou conveniência de, à luz do desdobramento dos investimentos das próximas semanas e meses, o conselho volta a se reunir com as informações da companhia, que foram pedidas pelo conselho para julgar a conveniência de fazê-lo e do quanto fazer e quando fazer”, destacou o ministro da Fazenda.
A declaração de Haddad acontece após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se reunir com o chefe da Petrobras, Jean Paul Prates, em meio a queda de 10,5% nas ações da companhia na última sexta-feira (8/3).
A perda de valor de mercado da companhia reflete a decisão da empresa em reter os dividendos extraordinários, avaliados em R$ 43,9 bilhões. A não distribuição dos recursos passou pelo aval do governo federal.
Na votação do Conselho de Administração sobre o tema, cinco conselheiros indicados pelo governo e representantes dos trabalhadores se manifestaram contra a distribuição dos dividendos. Os quatro prepostos de acionistas minoritários votaram a favor da partilha de 100%.
A decisão divergiu da proposta apresentada pela diretoria da empresa, dirigida por Prates, de pagar 50% dos dividendos extraordinários e reter os demais 50%. A medida, no entanto, ainda precisa ser aprovada pela Assembleia Geral Ordinária, marcada para 25 de abril.
Em 2023, a Petrobras foi a petroleira que mais pagou dividendos aos acionistas, em comparação com as companhias Chevron, BP, Total, Shell e Exxon Mobil, segundo levantamento da Associação dos Engenheiros da Petrobrás (AEPET).