“Ditadura nunca é melhor”, diz general do Exército Eduardo Villas Bôas
O militar minimizou as declarações do colega que defendeu a intervenção militar e disse que não haverá punição e sim conversas internas
atualizado
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O comando do Exército brasileiro não deverá punir o general Antonio Hamilton Mourão. Na sexta-feira passada (15/9) em uma palestra promovida pela maçonaria, em Brasília, o general disse que “seus companheiros do Alto Comando do Exército” entendiam que uma intervenção militar poderia ser adotada, caso o Poder Judiciário não solucionasse o problema político do País, envolto em um mar de lama de corrupção.
Na terça-feira (19) em entrevista ao jornalista Pedro Bial, da TV Globo, o comandante do Exército brasileiro, general Eduardo Villas Bôas, minimizou as declarações de Mourão e disse que ele não será punido, sob argumento de que é necessário contextualizar a fala dele, que se deu em um ambiente fechado, após ter sido provocado. “Ele (Mourão) não fala pelo Alto Comando, quem fala pelo Alto Comando e pelo Exército sou eu”, emendou.
Na entrevista, Villas Bôas diz que “ditadura nunca é melhor” e que é preciso entender o momento na circunstância em que ele ocorreu, com Guerra Fria e polarização ideológica. Hoje, diz o general, o País tem instituições amadurecidas e um sistema de peso e contrapeso que dispensa a sociedade de ser tutelada.Ainda sobre o general Mourão, o comandante do Exército brasileiro diz que ele é “um grande soldado, uma figura fantástica, um gauchão.” E disse que ele inicia a fala que deu toda essa repercussão dizendo que segue as diretrizes do comandante. “E nossa atuação desde o início das crises, do impeachment, era promover a estabilidade, pautar sempre pela legalidade, e preservar a legitimidade que o Exército tem.” E frisou que já conversou com o general “para colocar as coisas no lugar”, mas sem punição.