Disputa afunila na Câmara: veja perfil dos 3 favoritos
Eleição para troca de presidente só acontecem em fevereiro de 2025, mas movimentações políticas já ocorrem com deputados disputando apoios
atualizado
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A próxima eleição para presidente da Câmara dos Deputados é só em fevereiro de 2025, mas as movimentações políticas já correm os corredores da Casa. Embora o cenário ainda seja incerto sobre um único favorito, o número de cotados com chances de ter o apoio do atual comandante da Câmara, Arthur Lira (PP-AP), e de vencer a disputa afunila.
Durante a semana, em diferentes entrevistas, Lira citou, mais de uma vez, “três candidatos” que disputam sua “bênção” pela sucessão. Os três aos quais o presidente da Câmara se referiu são o líder do União Brasil, deputado Elmar Nascimento (BA); o líder do PSD, deputado Antonio Brito (BA); e o presidente do Republicanos, deputado Marcos Pereira (SP).
O congressista também evidenciou que prefere um candidato único, mas que, se isso não for possível, vai trabalhar para que seja um “candidato de maioria”. O objetivo principal de Lira é fazer um sucessor, algo que os últimos presidentes da Câmara, Eduardo Cunha e Rodrigo Maia, não conseguiram. O temor é que se repita o destino dos antecessores.
Mas quem são os três deputados que disputam o apoio de Lira e sinalizam ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) com acenos de serem “amenos” e não trazerem surpresas políticas?
Leia abaixo sobre cada um:
Elmar Nascimento
O deputado baiano, de 54 anos, é o preferido de Lira pela amizade que ambos têm desde que Elmar chegou à Câmara, em 2015. O parlamentar, que está no seu terceiro mandato na Casa, já foi vereador da cidade de Campo Formoso (BA), de 1996 a 2002, e deputado estadual da Bahia de 2003 a 2014.
Em votações de destaque do passado recente, o parlamentar foi favorável ao impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) e contrário à abertura de investigação contra o ex-presidente Michel Temer (MDB).
Recentemente, Elmar foi o único dos três favoritos na disputa pela presidência da Câmara a votar pela soltura do deputado federal Chiquinho Brazão (sem partido-RJ), acusado de ser um dos mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSol-RJ).
Quando o assunto é o governo Lula, o cenário não favorece Elmar. O deputado é oposição ao PT na Bahia e tem rivais petistas. Apesar disso, na sua recente festa de aniversário, compareceu até o ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), que governou a Bahia até 2022 com a oposição de Elmar.
No campo bolsonarista, Elmar tem entrada e dialoga bem até com a ala do PL mais fiel a Bolsonaro.
Antonio Brito
O deputado também é baiano, tem 55 anos, e amplo diálogo dentro da Câmara, embora deputados o considerem um governista. Por ter a fama de aliado dos petistas, Brito tem buscado diálogo com os bolsonaristas. Recentemente se encontrou com Bolsonaro, de quem recebeu a medalha de “imbrochável”.
Antes de ser deputado, Brito foi secretário do Trabalho, Assistência Social e Direitos do Cidadão de Salvador (BA), de 2009 a 2010, na gestão do então prefeito, João Henrique Carneiro. Em 2010, elegeu-se deputado federal e está na Câmara desde então, com quatro mandatos consecutivos. O deputado também passou pelo PTB.
Em votações de destaque do passado recente, o parlamentar votou contrário ao impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) e favorável à abertura de investigação contra o ex-presidente Michel Temer (MDB).
Na votação sobre a prisão do deputado federal Chiquinho Brazão (sem partido-RJ), acusado de ser um dos mandantes do assassinato da vereadora da cidade do Rio de Janeiro Marielle Franco, o deputado foi contra sua soltura.
Marcos Pereira
Atual vice-presidente da Câmara, Pereira, de 52 anos, nasceu no Espírito Santo, mas fez sua carreira política em São Paulo. Nome da bancada evangélica, o congressista, que é bispo licenciado da Igreja Universal, dialoga bem com todas as alas da Câmara e mantém a postura mais independente. Ele é presidente do Republicanos desde 2011.
Deputado federal desde 2019, está no segundo mandato. Antes de entrar na Câmara, o parlamentar foi ministro da Indústria e Comércio da gestão de Michel Temer, entre 2016 a 2018. Já na Câmara, antes de ser vice de Lira, Pereira ocupou a mesma função no mandato de Rodrigo Maia, de 2019 a 2021.
Em votações de destaque do passado recente, Pereira ainda não ocupava uma vaga dentro da Câmara. Na votação sobre a prisão do deputado federal Chiquinho Brazão (sem partido-RJ), acusado de ser um dos mandantes do assassinato da vereadora da cidade do Rio de Janeiro Marielle Franco, o congressista não foi votar.
Antes do Republicanos, Pereira passou pelo PTdoB (atual Avante) e pelo PSB.