metropoles.com

Discutir política no trabalho é um erro? Saiba quais cuidados tomar

Brasil tem visto casos de discussões políticas se transformarem em tragédias. Saiba como abordar o tema no ambiente profissional

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Luis Alvarez/Getty
Escritorio-computadores-trabalho-trabalhadores
1 de 1 Escritorio-computadores-trabalho-trabalhadores - Foto: Luis Alvarez/Getty

Em tempos de polarização política, o clima tenso por discordâncias sobre o tema se tornou comum. Mas o problema tem piorado: casos recentes de discussões e divergências políticas que resultaram em fins trágicos, com violência e morte, provam que o cuidado deve ser redobrado em ano de eleições. O que fazer, então, quando o assunto chega ao ambiente profissional?

É inevitável que, em algum momento, um colega de trabalho comente sobre a temática. Especialistas ressaltam que se envolver em conversa sobre política não é um erro — desde que seja feita de forma equilibrada, objetiva e respeitosa.

“O ambiente de trabalho é, talvez, onde mais vivemos a política. Abordar esse tema no trabalho não é um erro, mas é preciso uma boa leitura do quanto o espaço está seguro para isso. Falo de segurança psicológica e física também”, indica Ana Tomazelli, psicanalista e especialista em gestão de pessoas.

Tomazelli defende que discussões têm tudo para ser saudáveis em qualquer ambiente, desde que o objetivo da conversa esteja claro e se preste atenção em alguns pontos fundamentais.

12 imagens
Janela partidária: entre 3 de março e 1º de abril, deputadas e deputados federais, estaduais e distritais poderão trocar de partido para concorrer às eleições sem perder o mandato
Transferência do título: em 4 de maio vence o prazo para que eleitores realizem operações de transferência do local de votação e revisão de qualquer informação do Cadastro Eleitoral
Quem tem mais de 18 anos e ainda não possui título eleitoral também tem até 4 de maio para solicitar a emissão do documento pelo sistema TítuloNet
Pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida que queiram votar em outra seção ou local de votação têm entre os dias 18 de julho e 18 de agosto de 2022 para informar à Justiça Eleitoral
Quantitativo do eleitorado: em 11 de julho, o TSE publicará o número oficial de eleitores aptos a votar. O quantitativo serve de base para fins de cálculo do limite de gastos dos partidos e candidatos nas respectivas campanhas
1 de 12

Getty Images
2 de 12

Janela partidária: entre 3 de março e 1º de abril, deputadas e deputados federais, estaduais e distritais poderão trocar de partido para concorrer às eleições sem perder o mandato

TSE/Divulgação
3 de 12

Transferência do título: em 4 de maio vence o prazo para que eleitores realizem operações de transferência do local de votação e revisão de qualquer informação do Cadastro Eleitoral

Getty Images
4 de 12

Quem tem mais de 18 anos e ainda não possui título eleitoral também tem até 4 de maio para solicitar a emissão do documento pelo sistema TítuloNet

TSE/Divulgação
5 de 12

Pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida que queiram votar em outra seção ou local de votação têm entre os dias 18 de julho e 18 de agosto de 2022 para informar à Justiça Eleitoral

Agência Brasil
6 de 12

Quantitativo do eleitorado: em 11 de julho, o TSE publicará o número oficial de eleitores aptos a votar. O quantitativo serve de base para fins de cálculo do limite de gastos dos partidos e candidatos nas respectivas campanhas

Getty Images
7 de 12

Composição da mesa receptora de votos: entre 5 de julho e 3 de agosto, serão nomeados os eleitores que farão parte das mesas receptoras de votos e de justificativas. Também serão escolhidas as pessoas que darão apoio logístico nos locais de votação

TSE/Divulgação
8 de 12

Convenções partidárias e registros de candidatura: é nesse período que os partidos fazem deliberações sobre com quem vão coligar e escolhem seus candidatos oficiais às eleições

Câmara Legislativa/Divulgação
9 de 12

Voto em trânsito: eleitores que estarão fora de suas regiões de votação na data da eleição podem solicitar entre 12 de julho e 18 de agosto o voto em trânsito, indicando em que cidade estarão no dia do pleito

Getty Images
10 de 12

Propaganda eleitoral: a realização de comícios, distribuição de material gráfico, caminhadas ou propagandas na internet passam a ser permitidas a partir do dia 16 de agosto

Getty Images
11 de 12

Data da eleição: o primeiro turno do pleito acontecerá no primeiro domingo de outubro, dia 2. Um eventual segundo turno será realizado no dia 30 do mesmo mês. A votação começará às 8h e terminará às 17h, quando serão impressos os boletins de urna

Getty Images
12 de 12

Datas de posse: para os cargos de presidente e vice-presidente da República, bem como de governador, a posse ocorre em 1º de janeiro de 2023. Parlamentares assumem os mandatos em 1º de fevereiro

Agência Brasil

Como discutir de forma saudável?

É possível, sim, ter uma discussão agradável sobre política. A psicanalista lista pontos que ajudam a conduzir a conversa: “Primeiro, é importante ouvir com o vazio de si e tentar compreender o que você não sabe, no sentido de ter uma curiosidade genuína para descobrir como aquela outra pessoa pensa e qual é a história que a leva até ali.”

A partir da escuta, observe o que o próprio corpo sente e os pensamentos que vêm à mente. “Por que será que algo te provoca uma reação como irritação, impaciência, êxtase ou contentamento, por exemplo?”, levanta Tomazelli.

Falar com calma e propriedade talvez seja uma das principais chaves, aponta a especialista. “Perguntas são mais bem-vindas do que respostas. E posicionamentos podem ser expostos sem atacar o que é contrário.”

Carolina Martins, especialista em recursos humanos, reforça a importância de respeitar opiniões diferentes e saber a hora de encerrar a conversa. “Ao conversar sobre o tema, é importante focar em ideias e ideais e não em partidos/candidatos”, complementa.

Não ceder às provocações

Antes de iniciar um debate sobre política, é preciso saber quais são os próprios limites em relação à saúde mental. Carolina Martins aconselha exercitar o autocontrole para que as discussões não afetem as relações profissionais e o clima organizacional. “Não ceder às provocações, apesar de desafiador, é a melhor atitude a ser tomada.”

E quando a provocação vem de um chefe? Nesse caso, Tomazelli sugere buscar dispositivos internos de reclamação e denúncia. “Obviamente, figuras hierárquicas superiores exercem o poder de definir o seu futuro. Se você não sente segurança em se posicionar, encontre quem tem o mesmo tamanho e força que a pessoa para se aliar e pedir ajuda”, aponta.

Violência política

Em 8 de setembro, uma briga por motivação política entre funcionários da mesma empresa em Confresa (MT) chocou pelas proporções que tomou. O bolsonarista Rafael Silva de Oliveira matou o próprio colega de trabalho com 17 facadas após divergências. A vítima era defensora do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e quase foi decapitada com golpes de machado.

Outro episódio terminou em morte em Foz do Iguaçu (PR), em 9 de julho. O guarda municipal Marcelo Arruda comemorava 50 anos de vida, em uma festa com a temática do PT, quando o policial penal federal Jorge Guaranho invadiu o espaço e o assassinou a tiros, após gritar “Aqui é Bolsonaro!”.

Pesquisa do Instituto Datafolha dessa quinta (16/9) mostra que cerca de 3,2% da população afirmam que foram ameaçados, nos últimos 30 dias, em razão da escolha partidária ou política. Além disso, dois em cada três brasileiros (67,5%) têm medo de agressão física pelo mesmo motivo.

Abordar temas políticos é sempre delicado, e, quanto mais as eleições se aproximam, mais acalorados ficam os ânimos. “Preferencias políticas extremistas podem gerar conflitos e colocar o trabalho e o próprio profissional em risco, por isso, o melhor a se fazer é evitar expor opiniões partidárias no ambiente de trabalho”, reitera Carolina Martins.

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?