Dirigente ameaça suspender Carnaval na Sapucaí se não houver liberação de 100% do público
Declaração foi dada pelo presidente da Liesa, Jorge Perlingeiro, em meio às incertezas da realização do evento em fevereiro de 2022
atualizado
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O presidente da Liga Independente das Escolas de Samba do Rio de Janeiro (Liesa), Jorge Perlingeiro, afirmou nesta sexta-feira (1/10) que, caso não haja garantia de 100% de público na Marquês de Sapucaí no Carnaval 2022, os desfiles de Carnaval serão adiados para julho.
A declaração foi dada em uma audiência pública realizada pela Câmara Municipal do Rio de Janeiro, com a presença de representantes de blocos carnavalescos e escolas de samba, da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) e de outras pastas.
Perlingeiro justificou que, sem o público máximo da Sapucaí, que comporta cerca de 70 mil pessoas, os desfiles ficariam inviáveis devido à queda na arrecadação. “Caso não possamos realizar o Carnaval em sua plenitude no mês de fevereiro, o espetáculo será prorrogado para julho. Não podemos reduzir o seu tamanho, nem o público, porque assim não teremos dinheiro para bancar o evento, e nem a participação dos componentes”, afirmou o presidente da Liesa.
Um documento produzido e apresentado pelos médicos Hermano Castro (Fiocruz) e Roberto Medronho (UFRJ) aponta que, para a realização de grandes eventos, seria necessário que 80% da população esteja totalmente vacinada, além da baixa taxa de contágio e a disponibilidade de leitos. A função do documento é orientar o poder público na tomada de decisões.
Com cerca de quatro meses restantes para a festa, representantes do Carnaval carioca pedem um prazo limite para que a prefeitura decida o destino e as determinações para o evento. Eles afirmam que não haverá desfiles caso as deliberações sejam feitas em cima da hora. O secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz, reforçou que, até o fim deste ano, a tendência é de melhora das condições epidemiológicas relacionadas à Covid-19, e que eventos só acontecerão se a taxa de transmissão do coronavírus estiver baixa.
“A expectativa é ter mais de 90% da população adulta carioca vacinada com a segunda dose até meados do mês de novembro. A gente acredita que até dezembro vamos ter um panorama epidemiológico muito diferente, se não houver uma nova variante. Mas é uma doença nova, tem outras variáveis que podem interferir no processo, e é preciso cautela”, disse Soranz na audiência.
Mediador da audiência, o vereador Tarcísio Motta (PSol) informou que as recomendações serão encaminhadas para análise do Comitê Científico da SMS. “Cobraremos para que a prefeitura possa tornar públicas quais são essas condições, critérios e protocolos para confirmar a realização da festa e garantir a segurança da cidade antes, durante e depois do Carnaval de 2022”, expôs.