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Diretores do Banco do Nordeste reagem a suspeitas de irregularidades em contrato

De acordo com o BNB, o contrato de R$ 600 milhões questionado pelo presidente Jair Bolsonaro por ter supostas “ligações petistas” é legal

atualizado

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Divulgação/Banco do Nordeste
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1 de 1 banco do nordeste - Foto: Divulgação/Banco do Nordeste

A diretoria do Banco do Nordeste reagiu ao pedido de demissão de toda a cúpula indicada pelo Partido Liberal (PL). Na manhã desta terça-feira (28/9), a instituição divulgou nota para esclarecer o termo de parceria com o Instituto Nordeste Cidadania (Inec), de cerca de R$ 600 milhões por ano.

De acordo com posicionamento oficial da instituição financeira com mais de 90% do capital sob o controle do governo federal, a organização da sociedade civil de interesse público (Oscip) existe desde o ano 2003, quando teve início o processo de expansão do programa de microcrédito produtivo e orientado urbano do Banco do Nordeste.

“A contratação está em conformidade com a legislação vigente. O Inec presta o serviço de operacionalizar os programas de microcrédito do Banco do Nordeste”, diz o documento.

Desde 2019, o BNB iniciou estudos técnicos para reavaliar sua atuação no segmento de microcrédito, iniciando pelo programa urbano (Crediamigo).

O presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), e o presidente do PL, Valdemar da Costa Neto, questionaram sobre o porquê de o contrato ainda ser mantido. Por isso, os diretores justificaram que “eventuais mudanças no modelo de atuação do Banco, no segmento de microcrédito, necessariamente precisam seguir os princípios da governança, compliance, ética, integridade e transparência, valores imprescindíveis na tomada de decisão de uma operação de tamanha complexidade”.

Assim, sem falar em demissão ou sobre o pedido e Valdemar da Costa em ofício encaminhado ao governo federal para mudar a chefia do banco, o BNB afirmou que vai concluir a fase de alteração da atuação na área e que comunicará o mercado quando for oportuno.

Pedido de demissão

Na segunda-feira (27/9), um dos caciques do Centrão, o presidente nacional do PL (Partido Liberal), Valdemar Costa Neto, pediu ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) que demitisse toda a diretoria do Banco do Nordeste. Os cargos são ocupados justamente por indicação da legenda, que faz parte da base de sustentação parlamentar ao governo federal.

O motivo da irritação de Costa Neto é um contrato do banco público com uma ONG (organização não governamental) que prevê repasses anuais de R$ 600 milhões. O político não detalhou o objeto desse contrato. A solicitação foi feito em vídeo, em que Costa Neto denunciou as supostas irregularidades e pediu a cabeça de seus indicados.

Banco do Nordeste é presidido por Romildo Carneiro Rolim, funcionário de carreira da instituição e que ocupou a presidência entre 2017 e 2018, nomeado pelo então presidente Michel Temer (MDB). Ele deixou o posto no início da gestão Bolsonaro, em 2019, e voltou a ser nomeado em junho de 2020, por indicação do PL.

A Casa Civil ainda não informou se o ofício com o pedido de demissões foi protocolado.

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