Diretores da Anvisa receberam 3ª ameaça, diz presidente da agência
Já é a 3ª ameaça sofrida pelos membros da agência reguladora. Criminosos querem que a Anvisa não aprove a aplicação de vacina em crianças
atualizado
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O diretor-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, Antônio Barra Torres, declarou, nesta sexta-feira (5/11), que os membros do órgão regulador já sofreram três ameaças.
Até a quinta-feira, o órgão havia divulgado a ocorrência de duas investidas de criminosos. A informação foi dada durante esta manhã, em entrevista ao programa Conexão, da GloboNews.
“Gostaria apenas de atualizar que no total são três ameaças, aparentemente a segunda e a terceira vindas da mesma fonte. São ameaças ao estado brasileiro, estão colocando o estado brasileiro sob ameaça, uma vez que a Anvisa é um órgão do estado”, assinalou Barra Torres.
A atualização ocorre no mesmo dia em que a Polícia Federal (PF) instaurou inquérito para investigar os crimes. O caso será apurado pela Superintendência Regional da PF no Distrito Federal.
Em mensagens enviadas por e-mail, criminosos exigiram que a agência rejeite a vacinação de crianças de 5 a 11 anos de idade contra a Covid e fizeram ameaças de morte aos membros do órgão.
Não existe, no entanto, nenhum pedido de análise de imunizantes para esta faixa etária em andamento na agência. Para que a Anvisa faça a avaliação, é necessário que o laboratório fabricante da vacina envie uma solicitação.
Barra Torres afirmou, nesta sexta-feira, que a Anvisa enviou ofícios de notificação da ameaça ao Senado Federal, à Câmara dos Deputados, ao Supremo Tribunal Federal e à Presidência da República.
Também foram notificados a Procuradoria-Geral da República, os ministérios da Justiça, Saúde e Casa Civil, a Polícia Federal e a Secretaria de Segurança Pública do DF. O diretor da agência explicou que, além da PF, apenas a Presidência da República respondeu ao ofício.
“O único órgão que nos respondeu oficialmente foi a Presidência da Republica, dando conta que havia encaminhado a notificação ao Ministério da Saúde. Comunicações oficiais e respostas aos nossos ofícios foram somente da Presidência da República”, ressaltou.
Apuração
De acordo com Barra Torres, os investigadores já têm nome completo e CPF dos autores do crime. Ele disse esperar que a Polícia Federal aponte as motivações que levaram essas pessoas a fazerem as ameaças à Anvisa.
“Tenho certeza absoluta de que os órgãos de apuração da PF terão a plena condição de trazer à luz, à lente, a identidade dessas pessoas”, pontuou. Barra Torres frisou ainda que as ameaças partiram de grupos antivacina.
“Obviamente são fontes criminosas ligadas ao pensamento antivacina. São pessoas que, como eu e você, estão vivas hoje porque lá na nossa infância, pai, mãe, responsável nos levou pela mão para sermos vacinados. Mas parece que essas pessoas esqueceram isso e agora militam nesse esforço antivacina”, disse.
O diretor-presidente afirmou que solicitou proteção policial para membros da diretoria colegiada, instalações da Anvisa em Brasília e demais servidores da agência.
Ameaças de morte
Dois dias após a Pfizer informar que pedirá autorização à Anvisa para o uso da vacina contra Covid-19 em crianças com idades entre 5 e 11 anos, os cinco diretores da agência responsáveis pela área receberam ameaças de morte.
Além dos diretores, constam como alvo das citadas ameaças instituições de ensino do estado do Paraná.
A decisão da Pfizer de pedir a autorização da Anvisa foi anunciada depois de a farmacêutica ter conseguido parecer favorável da agência Food and Drug Administration (FDA) para o uso do imunizante nessa faixa etária nos Estados Unidos.