Diretores da Anvisa recebem ameaças por vacinação em crianças
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária acionou a polícia e o Ministério Público para que medidas cabíveis sejam tomadas
atualizado
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Dois dias após a Pfizer informar que pedirá autorização à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para o uso da vacina contra Covid-19 em crianças com idades entre 5 e 11 anos, os cinco diretores da Anvisa responsáveis pela área receberam ameaças de morte.
De acordo com informações da própria agência, os gestores foram ameaçados por e-mail. “Eles receberam, nesta quinta-feira (28/10), às 8h31, correspondência eletrônica com ameaças de morte na hipótese de eventual aprovação pela Anvisa de vacinas para crianças entre 5 a 11 anos”, informou a agência em nota.
Além dos diretores, constam como alvos das citadas ameaças de morte instituições escolares do estado do Paraná.
“Diante da gravidade do fato, a Anvisa informa que oficiou imediatamente às autoridades policiais e ao Ministério Público, nos âmbitos federal, estadual e distrital, entre outras, para adoção das medidas cabíveis”, disse ainda a Anvisa por meio de nota.
Vacinação de crianças
A decisão da Pfizer de pedir a autorização da Anvisa foi anunciada depois de a farmacêutica ter conseguido parecer favorável da agência Food and Drug Administration (FDA) para o uso do imunizante nessa faixa etária nos Estados Unidos. O painel de especialistas da agência norte-americana reconheceu, na terça-feira (26/10), que os benefícios da injeção superam os riscos.
Agora cabe ao Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) tomar a decisão final sobre o uso do imunizante em crianças entre 5 e 11 anos nos EUA.
Reação
A Associação de Servidores da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Univisa) repudiou as ameaças de morte sofridas pelos gestores.
A Univisa acredita que esta é uma tentativa de coagir os diretores. “A tentativa de intimidação busca direcionar a decisão que o corpo dirigente da agência deve tomar acerca da autorização emergencial para o uso de vacinas contra a Covid-19, em crianças de 5 a 11 anos”.