Diretora do MS é demitida em meio a crise na saúde Yanomami
A exoneração de Carmem Pankaruru consta na edição desta terça (26/3) do Diário Oficial da União
atualizado
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O Ministério da Saúde demitiu, nesta terça-feira (26/3), a diretora do Departamento de Atenção Primária à Saúde Indígena da Secretaria de Saúde Indígena (Sesai). Carmem Pankaruru estava no cargo desde janeiro de 2023.
A exoneração consta na edição desta terça-feira (26/3) do Diário Oficial da União e é assinada pelo ministro da Casa Civil, Rui Costa. Em publicação no Instagram, Pankaruru comunicou a saída do cargo e agradeceu a ministra da Saúde, Nísia Trindade.
“Eu deixo nesse momento um cargo, mas jamais deixarei a Saúde Indígena, porque é uma pauta que eu defendo e fortaleço desde que existo”, escreveu.
O secretário da Sesai, Weibe Tapeba, informou que a exoneração já estava prevista e a decisão decorre da necessidade da ajustes na equipe da secretaria “para superação dos desafios existentes na Saúde Indígena”.
“A Secretaria reconhece e agradece o trabalho prestado pela Diretora neste primeiro ciclo de reconstrução da Saúde Indígena e deseja sucesso em sua trajetória”, disse.
A demissão ocorre em meio à pressão sobre o Ministério da Saúde quanto crise na saúde Yanomami. Foram registradas 363 mortes de indígenas da etnia ao longo de 2023, primeiro ano do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
A quantidade de óbitos registrados no ano passado representou um aumento de 5,8% em comparação com as mortes em 2022, durante o último ano de governo de Jair Bolsonaro (PL).
O território, embora protegido por lei, é alvo de invasões de garimpeiros ilegais. Logo nos primeiros dias de governo, Lula declarou emergência em saúde pública na terra Yanomami.
Na primeira reunião ministerial de 2024, Lula pressionou Nísia quanto ao aumento nas notificações de mortes de indígenas yanomamis.