metropoles.com

Diretor do Museu Nacional aponta descaso com funcionários após incêndio

Há 3 anos, o fogo destruiu o Palácio de São Cristóvão e 80% do acervo do maior museu de história natural e antropológica da América Latina

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Agência Brasil
Museu Nacional UFRJ
1 de 1 Museu Nacional UFRJ - Foto: Agência Brasil

Rio de Janeiro – Três anos após o trágico incêndio do Museu Nacional, funcionários ainda não têm onde dar aula nem fazer pesquisas. A construção de módulos emergenciais foi prometida pelo então reitor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Roberto Leher, logo após o incidente que devastou o prédio, em 2 de setembro de 2018. Até hoje, no entanto, as obras não foram finalizadas.

Para Alexander Kellner, diretor do museu, o maior de história natural e antropológica da América Latina, a situação é “inadmissível”. Entre pesquisadores, técnicos do administrativo e terceirizados, o órgão emprega cerca de 500 pessoas.

Ao Metrópoles Kellner relata que, desde o incêndio, aulas e pesquisas vinham sendo realizadas (antes da pandemia de Covid-19) embaixo de árvores e de chuva. “A coordenação do projeto tem grande culpa nessa situação, e a UFRJ também”, afirma.

Vice-reitor da instituição, Carlos Frederico Leão Rocha confirma a demora para a construção dos módulos. Segundo o gestor, houve atrasos por razões associadas à liberação orçamentária e a projetos equivocados.

“Esperamos que os módulos sejam licitados e estejam em funcionamento em meados do ano que vem”, disse ao Metrópoles.

Apesar de avanços na reconstrução do palácio que abriga o museu, o Paço de São Cristóvão, a previsão para o término das obras é em 2026, podendo chegar a 2027, quase uma década desde que ficou inativo.

Reconstrução do acervo

Além da estrutura física, o museu ainda luta para reconstruir o acervo. As chamas destruíram cerca de 80% de todo o material que ficava exposto no palácio. Até o momento, cerca de 2 mil itens foram recebidos, porém a meta é chegar aos 10 mil, para ocupar um espaço de, aproximadamente, 5,5 mil m².

A principal parceira na recuperação de acervos é a Alemanha, com 26 instituições comprometidas com a causa. Pelo menos 30 países têm dado aporte direto ou indireto.

Em agosto deste ano, cerca de 100 peças foram doadas – dentre elas, uma vestimenta de Pajé, a refresqueira que Napoleão III deu a Dom Pedro, xilogravuras japonesas, uma cerâmica peruana Nazca, um livro-álbum da Colônia Portuguesa e o esqueleto do Inti, um leão marinho.

9 imagens
Livro-álbum de Colônia Portuguesa
Obra Japonesa
Refresqueira
Cerâmica Nazca
Conchas de moluscos
1 de 9

Esqueleto do Inti, um leão marinho

Foto: Divulgação/Museu Nacional
2 de 9

Livro-álbum de Colônia Portuguesa

Foto: Divulgação/Museu Nacional
3 de 9

Obra Japonesa

Foto: Divulgação/Museu Nacional
4 de 9

Refresqueira

Foto: Divulgação/Museu Nacional
5 de 9

Cerâmica Nazca

Foto: Divulgação/Museu Nacional
6 de 9

Conchas de moluscos

Foto: Divulgação/Museu Nacional
7 de 9

Roupa Pejé

Foto: Divulgação/Museu Nacional
8 de 9

Coleção etnográfica

Foto: Divulgação/Museu Nacional
9 de 9

Coleção etnográfica

Foto: Divulgação/Museu Nacional

O museu também recebeu peças de personalidades conhecidas no país, como uma coleção de conchas de moluscos doada pelo cantor Nando Reis e as 27 esculturas greco-romanas cedidas pelo diplomata aposentado do Itamaraty e escritor gaúcho Fernando Cacciatore.

Kellner reforça a importância da recomposição dos expositivos: “Sem acervo expressivo, nós não teremos nosso Museu Nacional de volta”, disse. 

Compartilhar notícia

Quais assuntos você deseja receber?

sino

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

sino

Mais opções no Google Chrome

2.

sino

Configurações

3.

Configurações do site

4.

sino

Notificações

5.

sino

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?