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São Paulo – O diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, criticou nesta sexta-feira (12/2) o ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, devido à declaração de que o governo imunizará toda população elegível no Brasil em 2021. Covas afirmou que faltou o ministro informar “qual é população elegível”: “Essa é a grande pergunta”.
“Para atingirmos 80% da população, e é o que se esperaria para se obter a chamada imunidade de rebanho, nós teríamos que ter mais ou menos 340 milhões de doses de vacinas. E, neste momento, esse quantitativo, embora numericamente já possa estar contratado pelo ministério, ele ainda não existe, de fato, de forma efetiva”, disse Covas.
A declaração foi dada durante coletiva em Serrana (SP), onde será realizada uma vacinação em massa para testar a efetividade da Coronavac.
Pressionado por senadores sobre a compra de imunizantes, Pazuello prometeu na quinta-feira que o governo federal vai “vacinar todo o país em 2021”: “50% até junho e 50% até dezembro”. O titular da pasta foi convidado por senadores para prestar esclarecimentos sobre o trabalho realizado no combate à pandemia.
“Serão necessárias outras vacinas. E a grande dúvida é qual será a contribuição da Fiocruz nesse processo. Pelo planejamento, deveríamos estar recebendo 15 milhões de doses em fevereiro e isso não aconteceu. Há essa dúvida. Qual é o quantitativo de vacinas que nós teremos além das 100 milhões de doses do Butantan? Essa afirmação do ministro precisa ser respaldada em fatos – que, no momento, não existem”, assinalou Covas.