Diretor de cadeia é preso por facilitar transferência em troca de sexo
José Antônio Rodrigues Filho era responsável pela triagem de detentos que iam para o Centro de Ressocialização de Araçatuba (SP)
atualizado
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O diretor de um presídio de Araçatuba, no interior de São Paulo, foi preso nesta quinta-feira (12/4) acusado de trocar vagas na unidade, considerada modelo, por favores sexuais. O suspeito, José Antônio Rodrigues Filho, teria facilitado a inclusão de detentos no Centro de Ressocialização (CR), unidade prisional de regime mais brando e cobiçada pelos presos, em troca de sexo com uma advogada de Mirassol (SP) e com mulheres das famílias dos detentos.
Além da advogada, que também foi presa, um agente penitenciário é acusado de participação no esquema: ele teria recebido propina dos detentos e de traficantes de drogas.
“Ele fazia as entrevistas e decidia quem iria para a inclusão, obtendo vantagens amorosas indevidas”, descreveu o promotor Marcelo Sorrentino, do Gaeco.A Operação Fura Fila, do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público Estadual (MPE), foi conduzida em conjunto com a Secretaria da Administração Penitenciária (SAP), pasta do governo estadual responsável pelo sistema prisional. Além dos mandados de prisão, foram cumpridos sete mandados de busca expedidos pela Justiça.
O agente penitenciário aposentado também vinha sendo investigado, desde maio de 2017, por receber propina para facilitar o acesso ao CR. Durante a prisão, ele e o filho foram flagrados com uma arma de fogo e 10kg de maconha.
Segundo o promotor, as famílias de detentos pagavam de R$ 4 mil a R$ 10 mil por uma vaga no CR, conforme suas condições financeiras. A advogada suspeita foi presa em seu escritório, na cidade de Mirassol. A ação mobilizou seis promotores de Justiça, agentes da SAP e 25 policiais militares.
Em nota, a SAP informou que os servidores envolvidos responderão a processo administrativo, ficando sujeitos à demissão, sem prejuízo do inquérito policial. “A secretaria ressalta repudiar tal comportamento, que não representa o corpo funcional e as diretrizes da pasta”, diz o texto.
O advogado do diretor, Thiago de Barros Rocha, informa que se manifestará após tomar conhecimento de toda a denúncia. A advogada, o agente e o filho deste não tiveram os nomes divulgados.