Diretor adjunto da Abin, Alessandro Moretti, é exonerado do cargo
A Polícia Federal investiga um suposto grupo que atuava de forma paralela na inteligência da Abin durante a gestão Bolsonaro
atualizado
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O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) exonerou, nesta terça-feira (30/1), Alessandro Moretti do cargo de diretor-adjunto da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). A decisão tinha sido antecipada pela coluna de Paulo Cappelli, no Metrópoles. A exoneração está publicada no Diário Oficial da União (DOU) desta terça.
O cientista político Marco Cepik, que atualmente comanda a Escola de Inteligência da Abin, será o substituto de Moretti. O novo 02 já da agência foi diretor-executivo do Centro de Estudos Internacionais sobre Governo (CEGOV) em Porto Alegre (RS)
A Polícia Federal (PF) investiga um grupo que participava de uma espécie de Abin paralela durante o governo de Jair Bolsonaro (PL).
Moretti ocupava o cargo de diretor adjunto da Abin desde março de 2023. Entre 2021 e 2023, ele atuou como diretor de Inteligência Policial e de Tecnologia da Informação da Polícia Federal.
O ex-diretor adjunto da Abin também teve passagens pela Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal, onde trabalhou como secretário-executivo de Anderson Torres, ministro da Justiça de Bolsonaro.
Moretti já estava na Abin na eleição de Lula e foi mantido no órgão em decorrência da sua relação com o diretor-geral da agência, Luiz Fernando Corrêa.
Abin paralela
A PF averigua a ação de uma organização que atuou de forma paralela na Abin entre julho de 2019 e março de 2022, período que abrange o comando do ex-diretor-geral Alexandre Ramagem.
A investigação é um desdobramento das operações Última Milha e Vigilância Aproximada, que apuram irregularidades no uso do software chamado FirstMile pela Abin.
A plataforma espiã realiza o monitoramento de celulares que utilizam as redes 2G, 3G e 4G. Com a ferramenta, é possível verificar a localização do aparelho. Segundo a PF, ela era usada para vigiar jornalistas, políticos, juízes e advogados.
O ex-presidente Bolsonaro e Alexandre Ramagem negam quaisquer irregularidades.
Carlos Bolsonaro
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou a operação realizada nessa segunda-feira (29/1) que teve como alvo o vereador do Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), filho do ex-presidente.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) aponta que Carlos fazia parte do núcleo político da Abin paralela. A defesa do político, por outro lado, argumenta que a investigação tem como base apenas trocas de mensagens.
De acordo com investigações da PF, assessores ligados ao vereador solicitaram acesso a inquéritos da PF e da família Bolsonaro.