Propaganda de loja conta a história do criado-mudo e viraliza
O móvel passará a ser chamado de “mesa de cabeceira” em todas as unidades físicas e no site da marca
atualizado
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Uma campanha de marketing da rede de lojas de decoração Etna, viralizou nas redes sociais. Lançada na última quarta-feira (20/11/2019), na ocasião do Dia da Consciência Negra, a ação chamou atenção para a história do termo “criado-mudo” em busca de conscientização.
No vídeo divulgado acompanhado da hashtag #CriadoMudoNuncaMais, vários atores negros contam a história (texto abaixo) do item de decoração. Escravos eram obrigados a ficar a noite inteira parados e calados ao lado da cama dos senhores, como verdadeiros objetos sem vida e daí surgiu o criado-mudo.
“Em 1820, os escravos que faziam os serviços domésticos eram chamados de criados. Alguns desses homens e mulheres passavam dia e noite imóveis ao lado da cama com um copo d’água, roupas ou o que mais fosse.
Porém, alguns senhores achavam incômodo o fato de eles falarem, e muitos chegavam a perder a língua. Outros sofreram duras punições para “aprender” a nunca se mexer quando houvesse alguém dormindo.
Um dia, surgiu a ideia de uma pequena mesinha para ficar ao lado da cama, usada basicamente para apoiar objetos. Esse móvel exercia a mesma função do escravo doméstico e foi chamado de criado. Então, para não confundir os dois, passaram a chamar o móvel de criado-mudo.
Dois séculos depois, sem nos dar conta, ainda carregamos termos racistas como esse, mas sabemos que é sempre tempo de mudar e evoluir”.
A loja resolveu abolir o termo “criado-mudo” do catálogo. O termo ainda aparece na busca, mas quando o internauta entra no site, é surpreendido pelo nome Mesa de Cabeceira.
Propaganda de loja de móveis explicando a história do criado-mudo viraliza e sensibiliza
#CriadoMudoNuncaMais #ConscienciaNegra#zumbi#dandara pic.twitter.com/uPr8nYiNGh— Benedita da Silva (@dasilvabenedita) 23 de novembro de 2019