ONGs organizam vaquinha para proteger mulheres e pessoas LGBT
A campanha #NinguémFicaPraTrás pretende arrecadar R$ 250 mil para cinco entidades no Brasil
atualizado
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Diante de relatos sobre ataques a mulheres, pessoas LGBT, negros e outras minorias atribuídos a apoiadores de Jair Bolsonaro, ONGs organizaram-se para proteger as vítimas. A campanha #NinguémFicaPraTrás pretende arrecadar R$ 250 mil, inicialmente, para fortalecer a atuação de cinco entidades.
Para doar, basta acessar o site. É possível contribuir com a partir de R$ 20. Doações acima de R$ 150 dão direito a recompensa surpresa.
Dez grupos assinam o texto de apresentação da campanha, entre eles o All Out, a Rede Feminina de Juristas, o Nossas e a página Quebrando o Tabu.
“Somos organizações, cidadãs e cidadãos preocupados com o que a vitória de Bolsonaro significa para o país. Preocupados mais ainda com o que essa vitória significa para os grupos que já são alvos de crimes de ódio, que já estão se intensificando. Entendemos que o mais importante no momento é fortalecer essa resistência, de quem está na ponta, na luta diária contra o preconceito e a intolerância. Somos muitos e somos maiores que o ódio”, explicam.
Caso a arrecadação ultrapasse a primeira meta, outras cinco instituições serão beneficiadas.
Conheça as entidades apoiadas:
– O Grupo Comunidade Assumindo Suas Crianças, no bairro de Peixinhos, em Olinda, desde 1986 contribui com a melhoria da qualidade de vida das crianças, adolescentes, jovens e mães vítimas de violência urbana, dando atendimento integral às crianças, adolescentes, jovens e famílias
– A AMAC promove rodas de conversa itinerantes, eventos e oficinas para mulheres vítimas de violência doméstica na Baixada Fluminense. Ela traz mulheres ao lugar de protagonismo social e familiar, inserindo-a no mercado de trabalho e desenvolvendo as localidades em que residem.
Levantamento inédito realizado pela agência Pública em parceria com a Open Knowledge Brasil revelou que houve pelo menos 70 ataques a minorias relacionados à política, em um período de 10 dias, em outubro.Entre os casos contabilizados pela reportagem da Pública, 14 aconteceram na região Sul, 33 na região Sudeste, 18 na região Nordeste, 3 na região Centro-Oeste e 3 na região Norte.
Em São Paulo, uma travesti foi morta durante uma briga na madrugada de 16/10, no Largo do Arouche, centro de São Paulo. Na ocasião, duas testemunhas afirmaram ter ouvido gritos de “Bolsonaro” e “ele sim” enquanto homens esfaqueavam a vítima.
Um dos casos de violência de maior comoção foi o de mestre Moa do Katendê, morto com 12 facadas por um apoiador do presidente eleito, após ter declarado voto no concorrente petista, em 8/10.
À época dos ataques, Bolsonaro disse lamentar os episódios, mas não ter controle diante da situação. “Será que a pergunta não tem que ser invertida não? Quem levou a facada fui eu. É um cara lá que tem uma camisa minha, comete um excesso, o que eu tenho a ver com isso? Eu lamento, peço que o pessoal não pratique isso, mas eu não tenho o controle”, afirmou ao ser questionado sobre atos de violência cometidos em seu nome.