Marielle completaria 41 anos nesta segunda e sua morte segue sem solução
Os mandantes do crime ainda não foram identificados pela polícia em uma investigação que já conta com 65 presos
atualizado
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A vereadora assassinada Marielle Franco completaria nesta segunda-feira (27/7) 41 anos e, após dois anos e três meses do atentado, ocorrido no centro do Rio de Janeiro, que a matou e também vitimou seu motorista, Anderson Gomes, a população segue sem saber quem foram os mandantes do crime.
O atentado ocorreu em março do 2018. Os criminosos perseguiram o carro dela por cerca de três quilômetros e efetuaram os disparos em um lugar sem câmeras. Ativista de direitos humanos, Marielle denunciava com frequência a violência cometida por policiais contra as populações mais pobres e a atuação de milícias nas favelas.
Desde o atentando até hoje, 65 pessoas foram presas em decorrência da investigação do crime. Entre os presos estão integrantes de quadrilhas desmanteladas pela Delegacia de Homicídios e pelo Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do RJ.
Um deles é o sargento do Corpo de Bombeiros Maxwell Simões Corrêa, preso no dia 10 de junho em sua casa, num condomínio de luxo no Recreio dos Bandeirantes. Ele é acusado de obstruir o trabalho da Justiça por ocultar a arma usada no crime. Ele seria o responsável por jogar a arma no mar. A polícia afirma ter encontrado os autores, o policial militar da reserva Ronnie Lessa e o ex-PM Élcio Vieira de Queiroz, mas ainda não se sabe quem encomendou o ataque nem o por quê.
Recentemente, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) rejeitou, de forma unânime, a federalização das investigações do assassinato da vereadora e do motorista Anderson Gomes, mantendo o caso com o Ministério Público e com a Polícia Federal do Rio de Janeiro. O julgamento ocorreu em meio às suspeitas de que o presidente Jair Bolsonaro estaria interferindo politicamente na Polícia Federal.
O pedido de federalização havia sido feito pela ex-procuradora geral da República, Raquel Dodge, em outubro do ano passado, momentos antes de deixar o cargo. A família e os amigos de Marielle eram contra.
Enquanto não se tem notícias dos mandantes, em relação aos dois suspeitos de terem executado a vereadora e o seu motorista, o processo começou a entrar em sua etapa final. A Justiça do Rio de Janeiro decidiu que eles devem ir a júri popular.