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Holocausto: Bolsonaro e Itamaraty celebram liberação de Auschwitz

Presidente Bolsonaro e Ministério das Relações Exteriores saudaram a data e defenderam a “esperança da libertação” do campo nazista

atualizado

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Kay Nietfeld/picture alliance via Getty Images
Auschwitz
1 de 1 Auschwitz - Foto: Kay Nietfeld/picture alliance via Getty Images

A libertação do campo de concentração nazista em Auschwitz-Birkenau, na Polônia, completa nesta segunda-feira (27/01/2020) 75 anos. O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e o Ministério das Relações Exteriores celebraram a “esperança da libertação” e classificaram o momento como “uma das páginas mais hediondas da história”.

Bolsonaro, que está em viagem à Índia, publicou uma mensagem no Twitter. “Brasil constrói amizade sem precedentes com Israel e com o povo judeu. Trabalhamos para combater o anti-semitismo que, muitas vezes, se esconde por trás do anti-sionismo”, escreveu. O Brasil tem mais de 100 mil cidadãos judeus.

Na mesma tendência, o Palácio do Itamaraty relembrou as “raízes históricas” compartilhadas com os judeus. “Nossa vinculação ao povo judeu tem raízes históricas. A comunidade judaica no Brasil, ao longo dos séculos, deu e continua dando inestimável contribuição à formação da nacionalidade e da identidade brasileira“, destaca trecho da nota.

Seis milhões de judeus foram mortos no Holocausto e Auschwitz está no centro do genocídio. Estima-se que, em menos de quatro anos, ao menos 1,1 milhão de pessoas foram mortas no campo de concentração polonês. Quase 1 milhão eram judeus. “A memória dos 75 anos da libertação de Auschwitz nos chama a redobrar nossos esforços em favor da dignidade humana e da liberdade, únicos alicerces duradouros da paz”, afirma o governo brasileiro.

Durante a invasão alemã à Polônia em 1939, os nazistas deportaram judeus para a o país e criaram espaços para separá-los da população – os chamados guetos. O mais famoso deles, devido ao seu tamanho, é o de Varsóvia.

O governo brasileiro lembrou a ajuda durante a guerra por meio da atuação da Força Expedicionária Brasileira. “Membros do nosso Serviço Exterior, como Luiz Martins de Souza Dantas e Aracy de Carvalho Guimarães Rosa, reconhecidos como ‘Justos entre as Nações’, auxiliaram milhares de judeus a escapar do jugo nazifascista”, ressalta a nota no Itamaraty.

Relação com Israel
O texto completa: “Terminada a Segunda Guerra Mundial, a diplomacia brasileira teve participação decisiva na criação do moderno Estado judeu, por meio da atuação de Oswaldo Aranha, que presidiu a sessão das Nações Unidas durante a qual foi decidida a criação do Estado de Israel“.

O governo brasileiro ressaltou que “está implementando processo de profunda e produtiva reaproximação com o Estado de Israel”. “O Brasil também procura reencontrar-se, hoje, com os valores mais profundos da civilização e cultura judaico-cristã, cujo desprezo e abandono estiveram na raiz do surgimento do regime nazista e da tragédia do holocausto”, frisa a nota.

Polêmica com nazismo
Recentemente, o governo do presidente Bolsonaro se envolveu em uma polêmica envolvendo citações nazistas. O então secretário especial da Cultura, Roberto Alvim, citou trechos de discurso do ministro da Propaganda do governo de Adolf Hitler, Joseph Goebbels, em vídeo de lançamento do Prêmio Nacional das Artes.

“A arte brasileira da próxima década será heroica e será nacional. Será dotada de grande capacidade de envolvimento emocional e será igualmente imperativa, posto que profundamente vinculada às aspirações urgentes do nosso povo, ou então não será nada”, disse Alvim.

Roberto Alvim foi exonerado em 17 de janeiro. Bolsonaro convidou a atriz Regina Duarte para ocupar o posto. Ela ainda não oficializou a entrada no governo, mas já indícios que assumirá a chefia da Cultura.

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