Governo Bolsonaro tem média de uma denúncia de assédio moral por dia
No primeiro ano da gestão Bolsonaro, a CGU recebeu 426 denúncias de assédio moral, o maior volume para um ano desde 2015
atualizado
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A Controladoria-Geral da União (CGU) recebeu 692 denúncias de assédio moral apresentadas por funcionários públicos federais entre janeiro do ano passado e julho deste ano, período em que o país esteve sob o comando do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Isso equivale a uma média de 1,2 denúncias por dia.
Os números foram revelados pelo jornal Folha de S. Paulo e confirmados pelo Metrópoles. O quantitativo de denúncias classificadas no assunto assédio moral pode ser consultado, ano a ano, por meio do “Painel Resolveu?”, desenvolvido pela CGU.
No primeiro ano da gestão Bolsonaro, a CGU recebeu 426 denúncias de assédio moral, o maio valor para um ano desde 2015, início da série histórica. Em 2020, os números indicam um novo recorde: até julho deste ano, 266 denúncias foram computadas.
O número de denúncias tem crescido ano após ano. Em 2018, último ano do ex-presidente Michel Temer (MDB) na presidência da República, a controladoria soube de 356 acusações de assédio moral. Em 2017, foram 285 denúncias, segundo o portal.
Após o encaminhamento da denúncia pela Ouvidoria, é feita uma análise inicial, denominada Juízo de Admissibilidade, na qual são verificados se existem os elementos suficientes de autoria e materialidade para ensejar uma apuração disciplinar.
Pode-se concluir pelo arquivamento, pela total falta de elementos; pela instauração de um investigação preliminar, para a colheita de maiores informações para a elucidação dos fatos denunciados; ou pelo instauração de um procedimento disciplinar punitivo, se já estiverem presentes robustos elementos.
“O fato de uma denúncia ou uma comunicação constar na base de dados e, portanto, ser computada no ‘Painel Resolveu?’ não significa que esta denúncia tenha sido considerada apta, apurada e tenha resultado em aplicação de responsabilidade em razão da confirmação da prática de assédio”, explica a CGU.