Brasil rebate críticas de alta comissária de Direitos Humanos da ONU
Em conselho das Nações Unidas na Suíça, governo brasileiro lamentou que Michelle Bachelet “não tenha reconhecido os esforços do país”
atualizado
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Na reunião desta terça-feira (14/6) do Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU), em Genebra, na Suíça, o governo do Brasil respondeu às críticas da alta comissária Michelle Bachelet. Durante a abertura do conselho, nessa segunda-feira (13/6), a diplomata demonstrou preocupação com questões ambientais do país, além de se atentar para possíveis ameaças a candidatos nas eleições deste ano.
Através do diplomata Tovar Nunes, o Itamaraty lamentou que o último relatório de Bachelet “não tenha reconhecido os esforços do país para promover e proteger os direitos humanos e a democracia”. Segundo o g1, o embaixador pediu, ainda, que não haja nenhum tipo de interferência externa nos processos políticos do país.
“Reafirmamos o mais firme compromisso com a organização de eleições livres, justas, transparentes e seguras para todos, conforme determina nossa Constituição e obrigações internacionais”, afirmou Nunes.
A representação brasileira defendeu também que as instituições de Justiça investigam “de forma rigorosa e independente as situações de ameaça e violência contra os defensores dos direitos humanos”. Quanto às eleições, o embaixador confirmou que não haverá abertura para ataques ou intervenções.
Críticas
No discurso de abertura do evento, a alta comissária de Direitos Humanos da ONU se disse preocupada com ameaças a ambientalistas e indígenas brasileiros. Ela chamou a atenção também para ameaças a candidatos negros, mulheres e pessoas LGBTQIA+ durante as eleições de 2022 e para “casos recentes de violência policial e racismo estrutural” no Brasil.
“Estou alarmada por ameaças contra defensores dos Direitos Humanos e ambientais e contra indígenas, incluindo a contaminação pela exposição ao minério ilegal de ouro”, declarou Bachelet. “Peço às autoridades que garantam o respeito aos direitos fundamentais e instituições independentes”.
Buscas por desaparecidos
Na semana passada, através da porta-voz Ravina Shamdasani, a Comissão de Direitos Humanos da ONU afirmou que as autoridades brasileiras foram “extremamente lentas” nas buscas pelo jornalista britânico Dom Phillips e o indigenista Bruno Pereira, que desapareceram no dia 5 de junho, no Vale do Javari, no Amazonas.
O Ministério das Relações Exteriores ignorou o desencontro de informações sobre a investigação. Nessa segunda, a Embaixada do Brasil em Londres entrou em contato com a família de Phillips para comunicar, erroneamente, que os corpos foram encontrados.