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Brasil e Venezuela disputam vaga no conselho de direitos humanos da ONU

Costa Rica também se candidatou para participar de colegiado. Chanceler brasileiro chama candidatura venezuelana de “excrescência”

atualizado

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Ernesto Araújo
1 de 1 Ernesto Araújo - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

O Ministério das Relações Exteriores do Brasil convidou representantes das embaixadas dos países com os quais mantém relações diplomáticas para fazer campanha para a eleição de novos integrantes do Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) para o mandato de 2020 a 2022.

A América do Sul terá direito a duas vagas no colegiado, mas tem três candidatos: Brasil, Costa Rica e Venezuela. Em evento na tarde desta sexta-feira (04/10/2019), no auditório do Itamaraty, o chanceler brasileiro, Ernesto Araújo, atacou a candidatura venezuelana, chamando-a de “excrescência”, e reafirmou compromissos brasileiros para os direitos humanos ao lado da ministra da área, Damares Alves.

A eleição será no dia 16 de outubro próximo, na sede da ONU, em Nova York, nos Estados Unidos.

Entre os compromissos apresentados por Araújo e Damares aos diplomatas estrangeiros estão ideias que podem parecer estranhas para parte da militância bolsonarista.

Com um discurso suavizado em relação ao do presidente Jair Bolsonaro, o ministro das Relações Exteriores prometeu esforços para garantir “os direitos dos povos indígenas” e buscar “a conclusão da declaração da ONU dos Direitos Humanos dos Afro-descendentes”. Disse também que o Brasil pretende lutar pela “abolição da pena de morte” no mundo e “contra a tortura”.

Sobre a Venezuela, porém, Araújo não foi suave. “É um regime ilegítimo e essa candidatura para o Conselho de Direitos Humanos é uma excrescência. Queremos a vaga para usar o conselho como plataforma para a busca da democracia e dos direitos humanos na Venezuela”.

Junto a Damares, Araújo disse ainda que o “principal” direito humano que o Brasil pretende defender é o direito à vida “desde a concepção”.

“Este governo acredita que o primeiro e maior dos direitos humanos a ser protegido é o direito à vida e assim estamos trabalhando. Esse ano os homicídios caíram 23% e nosso objetivo é fazer caírem ainda mais”, disse a ministra, que focou sua fala também nos direitos das mulheres, usando e repetindo a palavra “empoderamento” ao falar delas.

Em tom de campanha aberta, Damares repetiu também que o Brasil “merece, deseja e está pronto para essa vaga no conselho”.

No evento, foi entregue aos diplomatas uma cartilha com os compromissos detalhados do Brasil como candidato ao conselho, do qual o país já fez parte em três ocasiões.

Segundo o Itamaraty, estiveram presentes ao evento de campanha representações de 48 países. Os ministros não chegaram a fazer campanha corpo-a-corpo, mas o ministério serviu um coquetel com café e pão de queijo para os diplomatas estrangeiros ao final da apresentação.

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