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Anistia: houve mais mortes em operações policiais antes da Rio-2016

Foram registradas 168 mortes em operações policiais entre os meses de abril e julho somente na capital fluminense, um aumento de 85% em relação ao ano passado

atualizado

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violência policial, manifestação
1 de 1 violência policial, manifestação - Foto: Daniel Ferreira/Metropoles

A Anistia Internacional divulgou, na quinta-feira (15/9), que houve aumento de mortes em confronto com a polícia do Rio de Janeiro nos meses que antecederam a Olimpíada. Foram registradas 168 mortes em operações policiais entre os meses de abril e julho somente na capital fluminense.

Ainda de acordo com o relatório divulgado na quinta-feira pela Anistia, no mesmo período do ano passado aconteceram 91 mortes nessas circunstâncias – aumento de 85%. A entidade informou que tomou como base dados do Instituto de Segurança Pública (ISP), órgão da Secretaria de Estado de Segurança.

Renata Neder, assessora de direitos humanos da Anistia Internacional, disse que, “com o aumento do número de operações, as mortes também cresceram”. Para ela, ocorreram “violações aos direitos humanos” por parte da polícia fluminense, que “é muito letal nas suas operações”. O relatório Legado de Violência deverá ser encaminhado diretamente para o governo federal.

“Casos registrados como homicídio em decorrência de intervenção policial funcionam, muitas vezes, como cortina de fumaça para execuções extraoficiais. Essas mortes precisam ser investigadas”, disse Renata.

De acordo com a assessora, a Polícia Militar informou, em reunião com a Anistia, que houve 12 mortes em operações policiais na cidade e mais 44 homicídios entre os dias 5 e 21 de agosto, quando foram disputados os Jogos Olímpicos.

Não é possível fazer comparação com o período anterior porque os dados criminais divulgados pelo ISP só estarão disponíveis no fim de setembro. Em todo o Estado, a PM informou que houve 217 operações durante os Jogos Olímpicos. A Anistia divulgou que desde abril monitora as operações policiais.

Medidas

Em nota, a Secretaria de Estado de Segurança informou que reduziu a utilização de fuzis pela PM e implementou o Sistema de Metas e Acompanhamento de Resultados (SIM), que monitora a redução da incidência de uma série de crimes. Também criou a Divisão de Homicídios, que passou a investigar as mortes ocorridas em confronto com a polícia.

“A Secretaria de Estado da Segurança tem como prioridade a preservação da vida, a convivência pacífica e a redução de índices de criminalidade no Estado”, diz o texto da Secretaria de Segurança.

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