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“Direita rejeita impostos e esquerda evita cortes”, critica Haddad

Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que é do PT, reconheceu a existência de uma “disputa no ajuste fiscal”

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Filiado ao PT, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reconheceu nesta sexta-feira (20/12) a existência de uma “disputa no ajuste fiscal” e disse que há problemas da direita à esquerda no trabalho que a pasta visa desempenhar.

“Sei que esse discurso desagrada a esquerda e a direita, esse discurso que eu acabo de fazer. Ele desagrada, porque um lado não quer contenção de gastos e o outro não quer pagar imposto. Aí fica difícil, né? A direita não quer pagar os impostos que deve, e a esquerda não quer conter gastos, como é que fecha as contas?”, questionou Haddad em café da manhã com jornalistas, realizado na sede da pasta.

Perguntado sobre posições contrárias ao pacote de corte de gastos de parte da esquerda, o ministro ressaltou que não comentaria voto a voto. “Estou feliz que nós aprovamos, está tudo bem. Agora, as pessoas se colocam. Não posso impedir as pessoas de se colocarem. O que nós fazemos é explicar é a necessidade”, argumentou.

“Tenho uma relação de muita proximidade com o presidente Lula. E a incumbência aqui não é simples. Tem uma disputa no ajuste fiscal. Eu diria que hoje é mais consenso o que deve ser feito. As pessoas têm percepção de que é importante seguir”, completou.

Em seguida, o ministro criticou o que chamou de “grupos privilegiados querendo manter seus privilégios”. Ele afirmou que essas pessoas “têm muito mais ascendência em Brasília”. Haddad ainda defendeu que os ajustes fiscais sejam feitos de forma equilibrada.

“Todo mundo tem de dar sua contribuição, todo mundo mesmo”, destacou. “Tem um aspecto compreensível, porque lado privilegiado acaba dizendo que não vão aceitar mais imposto, mas o que estão dizendo é: ‘Eu não vou aceitar pagar mais imposto’. Eles estão defendendo o deles. Quem conseguiu privilégio em Brasília tem a mesma força para impedir que ele seja revisto. Eu resolvi adotar o caminho talvez mais difícil, mas o mais justo”.

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