“Direita não tem racha”, diz Bolsonaro sobre falar com Caiado por 2026
Ex-presidente Bolsonaro esteve na capital goiana, neste domingo (27/10), onde acompanhou o voto do candidato a prefeito Fred Rodrigues (PL)
atualizado
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Goiânia – Durante a passagem pela capital goiana, na manhã deste domingo (27/10), onde acompanhou o voto do candidato a prefeito Fred Rodrigues, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) falou sobre possíveis diálogos com o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil).
Os dois, que apoiam candidatos adversários no pleito de Goiânia, trocaram farpas nas últimas semanas, no entanto, Bolsonaro não descartou futuros acordos com Caiado. Segundo ele, “a direita não tem racha”.
“A direita não tem racha, as pessoas são conscientes. Mas existem partidos parecidos, de direita ou centro-direita. Sobre o Caiado, durante a pandemia, por quatro momentos, o Caiado rompeu comigo. Sempre o atendi, mas ele só pensa no que ele quer. Não vim a Goiânia para peitar o Caiado, muito pelo contrário, o respeito. Mas ele sabe que é mortal perder Goiânia. Se perder aqui, ele perde uma força muito grande. Ele é bem avaliado, mas escolheu mal o candidato. Da minha parte não tem problemas [de retomar o diálogo], converso com ele até hoje sem problemas”, disse o ex-presidente.
Os candidados apoiados por Caiado e Bolsonaro travam uma guerra direta pela prefeitura, com diversas polêmicas e tensões.
De olho nas eleições
Ao ser questionado sobre a disputa do bolsonarismo e do caiadismo, o ex-presidente afirmou que não existe. “Desconheço o caiadismo. Bolsonarismo é no Brasil todo. Caiadismo é só em Goiás”, argumentou.
Ronaldo Caiado participou ativamente das eleições de Goiânia como padrinho da campanha de Sandro Mabel (União Brasil), mas de olho no próximo pleito, em 2026, quando pretende concorrer à Presidência da República. Após insistir no apoio de Bolsonaro para chegar ao Palácio do Planalto, Caiado adotou nova estratégia e tenta se diferenciar do bolsonarismo.
Durante a campanha de 2024, Bolsonaro esteve em Goiânia duas vezes e usou o discurso comum durante seu governo, com críticas à vacina, e fez questão de provocar Caiado.
Na primeira, Bolsonaro chamou o governador de Goiás de “covarde” em alusão à pandemia da Covid-19. “Nós, na pandemia, fizemos o que tinha de ser feito. Fui contra governadores que falavam: ‘Fiquem em casa, a economia a gente vê depois’. Governador covarde! Governador covarde!”, ressaltou à época.
Na segunda, já depois do resultado do primeiro turno, com o candidato dele como o mais votado – Fred Rodrigues teve 31,14% dos votos, e Mabel, 27,66% – Bolsonaro voltou a atacar Caiado, chamando-o de “rosnador”: “O União Brasil, aqui do chefe, do rosnador, tem ministério do PT. Quem está com o PT não tem moral para falar nada”.
Críticas
Na manhã deste domingo, além de Fred Rodrigues, Bolsonaro estava acompanhado do deputado Gustavo Gayer (PL-GO), alvo de uma operação da Polícia Federal, na sexta-feira (25/10), por suspeita de desviar recursos públicos da Câmara para atividades privadas.
Aos jornalistas o ex-presidente criticou a decisão que autorizou as buscas na casa do parlamentar, dada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
“Só tem [decisões] em cima da direita, não tem nada contra a esquerda. E sempre com o mesmo ministro. Mas não está colando mais”, afirmou, numa alfinetada em Moraes. Ainda segundo Bolsonaro, a operação foi uma “precipitação”.