Direita e esquerda politizam incêndios pelo país e disputam narrativas
Apoiadores de Bolsonaro cobram de Marina Silva, enquanto governistas levantam suspeitas sobre extremistas em ações criminosas
atualizado
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Os incêndios que tomaram conta do país nos últimos dias acirraram os ânimos entre grupos governistas e bolsonaristas nas redes sociais. Enquanto isso, os governos federal e estaduais enfrentam uma batalha intensa para controlar o fogo e combater os criminosos suspeitos de provocarem as chamas.
Influenciadores que apoiam o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) cobram atitude da atual gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), relembrando promessas para o Meio Ambiente da época da campanha.
Já apoiadores do atual governo sugerem que os incêndios criminosos foram provocados de forma orquestrada por grupos de extrema direita.
Teorias do fogo
A Polícia Federal (PF) abriu dezenas de inquéritos para investigar a autoria de incêndios. Suspeitos de provocar fogo de maneira proposital foram presos em São Paulo e Goiás.
A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, comparou as atuais circunstâncias com o chamado “Dia do Fogo”, que ocorreu em 2019, quando produtores rurais se uniram para atear fogo em regiões da Amazônia.
No entanto, os grupos apoiadores de Lula nas redes sociais vão além e sugerem que as queimadas recentes foram orquestradas para atacar o atual governo.
Alguns influenciadores compartilharam, por exemplo, uma publicação do pastor evangélico bolsonarista Silas Malafaia chamando para um protesto no dia 7 de setembro com a frase: “Vai pegar fogo!”. Outros chegam a sugerir que o governo está sofrendo um “ataque terrorista”.
A declaração do homem preso por incendiar fazendas em Goiás, de que o crime teve “motivação política”, colocou mais lenha nessa história.
Apesar da repercussão desse tipo de teoria nas redes, não há até o momento nenhuma ligação entre os focos de incêndio e apoiadores de Bolsonaro ou com alguma categoria profissional específica.
No caso do preso de Goiás, a “motivação política” seria por causa de uma pessoa que o contratou para atear o fogo contra um desafeto político que teria uma fazenda na região. Além disso, a Polícia Civil não confirmou essa versão do incendiário, já que ele alega ter problemas psiquiátricos.