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Diplomata agressor de mulheres é exonerado de cargo de confiança

Saiu nesta quarta (20/12), no Diário Oficial da União, a exoneração de Renato de Ávila Viana do posto em comissão que ocupava no Itamaraty

atualizado

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1 de 1 bianca22 - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

O diplomata Renato de Ávila Viana, acusado de agredir mulheres, perdeu o cargo de confiança que ocupava no Ministério das Relações Exteriores (MRE). Saiu nesta quarta-feira (20/12), no Diário Oficial da União (DOU), a exoneração do servidor da posição de Assessor Técnico do Gabinete da Subsecretária de África e Oriente Médio do Itamaraty.

Com salário de R$ 23.230,50, ele chegou à prestigiada função de primeiro-secretário. Viana recebia ainda um adicional de mais de R$ 3 mil pelo cargo comissionado, do qual foi retirado após publicação de reportagem do Metrópoles sobre seu histórico de agressões a mulheres.

Atualmente, Renato Viana responde na Justiça por agredir uma namorada, de 22 anos. Ele agarrou os seios da moça e a deixou com hematomas pelo corpo, segundo consta na ação judicial. Em outra ocasião, a atingiu com uma cabeçada, arrancando um dente da frente da moça.

Reprodução

Histórico de violência
O diplomata respondeu, anteriormente, a três processos administrativos disciplinares na Corregedoria do Serviço Exterior do MRE, após registros de ataques a duas mulheres em outros países e a outras duas no Brasil. Em território estrangeiro, ele desfrutou da imunidade diplomática: as autoridades locais não puderam investigá-lo, precisando recorrer ao Itamaraty.

Em 2002, um processo disciplinar investigou agressão do homem a uma terceira-secretária do Ministério das Relações Exteriores. A ação terminou arquivada com uma observação: o diplomata deveria controlar suas emoções e impulsos. No ano seguinte, Renato Viana se envolveu em um caso de violência contra sua namorada brasileira, de quem recebeu uma facada durante briga.

Reprodução/Facebook
Renato de Ávila Viana é primeiro-secretário do MRE e acusado de agressão a várias mulheres

Outra sindicância, de 2006, apurou violência contra uma cidadã paraguaia. Junta médica avaliou Viana e concluiu que, do ponto de vista neurológico, ele estava apto para exercer suas funções. A punição foi apenas uma advertência.

Em 2015, a Embaixada do Brasil em Caracas encaminhou ao MRE denúncia de uma venezuelana que alegava ter “sofrido ameaças, maltrato psicológico e tentativa de sequestro por parte de Renato de Ávila Viana”, como consta na sindicância à qual o Metrópoles teve acesso. A vítima enviou uma cópia da medida cautelar, expedida contra o diplomata pela Divisão de Investigações e Proteção à Mulher da Venezuela.

A mesma investigação apurou comportamento violento do brasileiro em um evento no Instituto Cultural Brasil-Venezuela, quando ele agrediu verbalmente colegas e prestadores de serviços durante uma festa após um jogo do Brasil da Copa do Mundo de 2014.

O processo concluiu que não havia provas suficientes para puni-lo sobre a agressão à venezuelana. O servidor do Itamaraty ficou afastado das funções por 10 dias pelo comportamento inadequado no evento diplomático.

Procurada pela reportagem, a advogada de Renato de Ávila Viana afirmou que ele estava viajando e não iria se manifestar.

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