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Dino explica por que não recebeu relatório da Abin alertando sobre atos golpistas

Ministro da Justiça disse que relatórios da Abin eram enviados por WhatsApp e que esse é o possível motivo de ele não ter recebido informes

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imagem colorida mostra ministro flavio dino usando terno e gravata cinza facções criminosas
1 de 1 imagem colorida mostra ministro flavio dino usando terno e gravata cinza facções criminosas - Foto: Vinicius Schmidt/Metrópoles

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, citou um possível motivo para não ter recebido relatórios da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) alertando sobre o risco de vandalismo e ocupação de prédios públicos na manifestação bolsonarista de 8 de janeiro.

Em entrevista ao Metrópoles nessa segunda-feira (10/4), Dino disse que possivelmente não recebeu esses relatórios por conta da forma como eles eram enviados para as autoridades na época, pelo aplicativo WhatsApp.

“Eu creio que [isso ocorreu] em razão da metodologia que era usada anteriormente para esses relatórios serem enviados, via grupos de WhatsApp. Hoje, eu recebo relatórios da Abin físicos, eu recebo o envelope. (…). Eu leio e tomo decisões e eventualmente comunico outras áreas do governo, comunico para o presidente da República; isso (antes de 8 de janeiro) não existia, não existiu. Eu não sei dizer o motivo, porque nós tínhamos cinco dias de governo. Então, eu realmente nunca recebi relatório da Abin”, afirmou Dino na entrevista.

Veja o vídeo:

Quando foi chamado para ser ouvido na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados, a existência desses relatórios da Abin alertando para o risco em 8 de janeiro foi explorada por deputados da oposição, que cobraram uma posição de Dino.

Na ocasião, o ministro disse: “Inventaram que eu recebi um informe da Abin, que é tão secreto que ninguém nunca leu, nem eu mesmo. Por quê? Por uma razão objetiva: eu jamais o recebi”.

Desta vez, em entrevista ao Metrópoles, Dino detalhou essa metodologia de envio de relatórios da Abin, o que teria impedido o acesso à documentação.

“Eu não conheço esse grupo (de WhatsApp) da Abin, realmente eu não conheço. Mas talvez nem tivessem os nomes das pessoas (do novo governo), porque o governo tinha uma semana. Eu não sei informar realmente. […] E é uma metodologia esdrúxula, convenhamos. Eu acho que uma agência de inteligência enviar relatórios por grupo de WhatsApp não é a melhor forma. Até porque não há segurança de que os destinatários estão sabendo”, declarou ainda o ministro.

A reportagem entrou em contato com a assessoria de comunicação da Abin, mas não houve resposta até a publicação da matéria.

Veja a entrevista completa:

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