Dino diz que PF vai investigar tentativa do governo Bolsonaro de trazer ilegalmente joias para Michelle
Joias avaliadas em aproximadamente R$ 16 milhões foram doadas pelo governo da Arábia Saudita a então primeira-dama em 2021
atualizado
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O ministro da Justiça, Flávio Dino, disse, na noite dessa sexta-feira (3/3), que vai pedir à Polícia Federal que investigue a tentativa de o governo de Jair Bolsonaro (PL) trazer ilegalmente joias, avaliadas em R$ 16, 5 milhões, do exterior doadas em 2021 a então primeira-dama, Michelle. De acordo com Dino, o fato pode configurar crimes de descaminho, peculato e lavagem de dinheiro, entre outros possíveis delitos. Ainda segundo ele, os fatos serão levados à PF na próxima segunda-feira (6/3).
Veja o post de Dino no Twitter sobre o fato:
Fatos relativos a joias, que podem configurar os crimes de descaminho, peculato e lavagem de dinheiro, entre outros possíveis delitos, serão levados ao conhecimento oficial da Polícia Federal para providências legais. Ofício seguirá na segunda-feira.
— Flávio Dino 🇧🇷 (@FlavioDino) March 4, 2023
De acordo com reportagem de O Estado de S. Paulo, publicada na noite dessa sexta, as joias trazidas ilegalmente eram presentes do governo da Arábia Saudita para Michelle, que visitou o país árabe em outubro de 2021, acompanhando a comitiva presidencial.
Trata-se de anel, colar, relógio e brincos de diamantes. As peças foram apreendidas na alfândega do Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, na mochila de um assessor de Bento Albuquerque, então ministro de Minas e Energia.
Bento foi à alfândega quando soube da apreensão das joias e tentou usar o cargo para liberar os diamantes. Um dos argumentos usados pelo então ministro foi de que se tratava de um presente do governo da Arábia Saudita para Michelle Bolsonaro.
No Brasil, a lei determina que todo bem com valor acima de US$ 1 mil seja declarado à Receita Federal. Dessa forma, o agente do órgão reteve os diamantes.
O governo Bolsonaro teria tentado quatro vezes recuperar as joias, por meio dos ministérios da Economia, Minas e Energia e Relações Exteriores.
Em uma quarta movimentação para reaver os objetos, feita a três dias de Bolsonaro deixar o governo, um funcionário público utilizou um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) para se deslocar até Guarulhos. O homem teria se identificado como “Jairo” (trata-se de Jairo da Silva, sargento da Marinha) e argumentado que nenhum objeto do governo anterior poderia ficar para o próximo.
Bolsonaro chegou a enviar ofício ao gabinete da Receita Federal, solicitar que as joias fossem destinadas à Presidência da República.
Michelle ironiza reportagem
Após a reportagem ser publicada, Michelle ironizou o caso por meio de uma rede social: “Quer dizer que eu tenho tudo isso e não estava sabendo? Meu Deus! Vocês vão longe mesmo hein?! Estou rindo da falta de cabimento dessa imprensa vexatória”.